Sínodo Igreja na Amazônia

Novos caminhos para a Igreja e para uma Ecologia Integral

 

Entre os dias 6 a 27 de outubro de 2019, em Roma realiza-se o 16º Sínodo (assembleia periódica de bispos de todo o mundo que, presidida pelo papa, se reúne para tratar de assuntos ou problemas concernentes à Igreja universal) com o tema: “Amazônia: Novos caminhos para a Igreja e para uma Ecologia Integral”. Estarão presente em torno de 250 convidados entre bispos, cardeais, teólogos, observadores e convidados. A Igreja realiza sínodos universais, sínodos continentais e agora um sínodo sobre uma realidade específica: A grande Amazônia.

Quem participa? Faz parte da Grande Amazônia os países Peru, Colômbia, Bolívia, Equador, Venezuela, Guiana, Guiana Francesa, Suriname e Brasil (estados de Amapá, Rondônia, Roraima, Acre, Mato Grosso, Maranhão, Pará, Tocantins e Amazônia). Os bispos destas dioceses, mais os representes das congregações religiosas, teólogos e convidados estarão presente no Sínodo sempre convocado e presidido pelo Papa.

O que dever ser o Sínodo? “O Sínodo dos Bispos deve tornar-se cada vez mais um instrumento privilegiado de escuta do Povo de Deus: ‘Para os Padres sinodais, pedimos antes de mais nada. do Espírito Santo, o dom da escuta: escuta de Deus. até ouvir com ele o grito do povo; escuta do povo, até respirar nele a vontade a que Deus nos chama”. (EC, 11. 6)

O que diz o Instrumento de Trabalho Preparatório na sua introdução? (n 1 a 5) No dia 15 de outubro de 2017, o Papa Francisco anunciou a convocação de um Sínodo Especial para a Amazônia, dando início a um processo de escuta sinodal que começou na própria Região Amazônica com sua visita a Puerto Maldonado (19 de janeiro de 2018). O presente Instrumentum Laboris (Instrumento de Trabalho) é fruto deste vasto processo, que inclui a redação do Documento Preparatório para o Sínodo em junho de 2018 e uma ampla pesquisa entre as comunidades amazônicas.

Hoje, a Igreja tem novamente a oportunidade de ser ouvinte nessa região, onde há muito em jogo. A escuta implica o reconhecimento da irrupção da Amazônia como um novo sujeito. Este novo sujeito, que não foi considerado suficientemente no contexto nacional ou mundial, sequer na vida da Igreja, agora constitui um interlocutor privilegiado.

No entanto, a escuta não é nada fácil, por um lado, a síntese das respostas ao questionário por carte das Conferências Episcopais e das comunidades será sempre incompleta e insuficiente. Por outro, a tendência a homologar os conteúdos e as propostas requer um processo de conversão ecológica e pastoral para deixar-se interpelar seriamente pelas periferias geográficas e existenciais (EG, n. 20). Este processo deve continuar, durante e depois do Sínodo, como um elemento central da ida futura da Igreja. A Amazônia clama por uma resposta concreta e reconciliadora.

O Instrumentum Laboris (Instrumento de Trabalho) consta de três partes: a primeira, o ver-escutar, se intitula “A voz da Amazônia“, tem a finalidade de apresentar a realidade do território e de seus povos. Na segunda parte, “Ecologia integral: o clamor da terra e dos pobres” aborda-se a problemática ecológica e pastoral e na terceira parte, “Igreja profética na Amazônia: desafios e esperanças“, a problemática eclesiológica e pastoral.

Desta maneira, a escuta dos povos e da terra por parte de uma Igreja chamada a ser cada vez mais sinodal, começa entrando em contato com a realidade contrastante de uma Amazônia repleta de vida e sabedoria. Continua com o clamor provocado pela desmatamento e pela destruição extrativista, que reclama uma conversão ecológica integral. E conclui com o encontro com as culturas que inspiramos novos caminhos, os desafios e as esperanças de uma Igreja que esteja ser samaritana e profética através de uma conversão pastoral. Seguindo a proposta da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM), o documento se estrutura com base nas três conversões às quais nos convida o Papa Francisco: a conversão pastoral, a qual nos chama por meio da Exortação Apostólica Evangelii Gaudium (Alegria do Evangelho) (ver-escutar); a conversão ecológica, mediante a Encíclica Laudato Si’ (Louvor à Criação), que orienta o rumo (julgar-atuar): e a conversão à sinodalidade eclesial, através da Constituição Apostólica Epíscopalis Communio, (a comunhão episcopal) que estrutura o caminhar juntos (julgar-a1tuar). Tudo isso, em um processo dinâmico de escuta e discernimento dos novos caminhos, ao longo dos quais a Igreja na Amazônia anunciará o Evangelho de Jesus Cristo durante os próximos anos.

Por convite do Papa Francisco, dom Juventino Kestering, bispo de Rondonópolis- Guiratinga é um dos 250 convidados para participarem como delegado no Sínodo.

 

Pascom – Pastoral da Comunicação 

Diocese de Rondonópolis – Guiratinga