“Somos chamados a semear a esperança” diz Dom Maurício durante a 1ª Jornada Vocacional Diocesana

Aconteceu neste domingo dia 21 de abril de 2024, na sede da Divina Providência em Rondonópolis-MT, a 1ª jornada vocacional diocesana, iniciando as 8:00 hs com a santa missa presidida pelo bispo da diocese de Rondonópolis-Guiratinga Dom Maurício da Silva Jardim, cerca de 500 jovens participaram da programação o dia inteiro, palestra , animação , gincanas e muita oração.

Dom Maurício em sua homilia disse:
“Aqueles que estão tristes, desanimados, pessimistas, comuniquem a esperança para todos”. Essa foi uma das mensagens que o bispo da Diocese de Rondonópolis-Guiratinga (MT), Dom Maurício da Silva Jardim, deixou durante a Santa Missa celebrada na 1ª Jornada Vocacional Diocesana realizada neste domingo (21), na sede da Divina Providência, em Rondonópolis-MT.

“A grande intenção é rezar pelas vocações. Deus é generoso, quem pede recebe então nós queremos pedir vocações nos ministérios ordenados, vida consagrada, ministérios cristão leigos e leigas. Papa Francisco escreve uma mensagem para nós no dia de hoje: somos chamados a semear a esperança, construir a paz”, afirmou o bispo Dom Maurício.
Ainda durante a homília, o Dom Maurício pontuou que diante de um mundo tão agitado, Jesus propõe e não impõe, onde todos são convidados a dar espaço a Jesus na vida.
“Essa vida é muito agitada, mesmo na juventude há muita informação, muito por fazer e muitas vezes a gente fica no celular e Jesus diz para nós e o papa está dizendo para nós hoje: deem espaço a Jesus em vossas vidas. Encontraremos a verdadeira felicidade no seguimento e uma entrega a ele total. Não é dar uma parte da nossa vida, dar umas horas do nosso tempo, o convite hoje é muito radical para nós, é fazer uma entrega total porque Deus da tudo para nós, mas chega um momento que Ele pede tudo também. Não é fácil esse tudo, nunca é fácil, as vezes a gente dá uma parte, mas Ele pede para nós tudo. Nele encontraremos a felicidade” pontua o bispo Dom Maurício.
A Jornada Vocacional é uma grande oportunidade para motivar mais as vocações.
“Levantai-vos, despertei os vossos sonhos. Deixe-se fascinar por Jesus. O bom pastor dá a vida por suas ovelhas. Quando a gente cai, temos a oportunidade de levantar e continuar caminhando, recomeçar sempre reencontrar o entusiasmo e a força” finaliza o bispo.

Texto: Andreia Oliveira
Pascom Diocesana

HOMILIA DE DOM MAURÍCIO JARDIM

Chamados a semear a esperança e a construir a paz

Queridos irmãos e irmãs!

Hoje celebramos o Dia Mundial de Oração pelas Vocações. Para este dia, Domingo do Bom Pastor, o Papa Francisco escreveu uma mensagem com o título Chamados a semear a esperança e a construir a paz.

Diz o Papa para vocês jovens: “deixem-se fascinar por Jesus. Ele respeita mais do que ninguém a liberdade de cada um de vocês. Ele propõe e não impõe: somos convidados a dar espaço a Jesus em nossa vida e encontraremos a verdadeira felicidade no seu seguimento e na entrega total. Disse o Evangelho de hoje: “Ninguém tira a minha vida, eu a dou por mim mesmo”. Dar a vida, significa doar-se, servir, amar até o fim. Esta é a vocação do Pastor. “O Bom Pastor dá a vida por suas ovelhas. O Mercenário, abandona e foge, e as ovelhas se dispersam.  

A fé cresce por atração. “Ninguém vem a Mim se o Pai não o atrair”. Se estamos aqui, é porque fomos atraídos, seduzidos e encontrados pelo amor de Deus. Este é o ponto de partida de todas as vocações. Ser atraído, amado, perdoado. “Conhecer Jesus é o melhor presente que uma pessoa pode receber” (DAp, 19).

Deste encontro pessoal com Jesus, se sentir-se atraído, fascinado e amado por Ele, decorre nosso caminho de peregrinos de esperança e construtores de paz
Mas que significa ser peregrinos? Quem decide fazer uma peregrinação procura, antes de mais nada, ter clara a meta, e conserva-a sempre no coração e na mente. Mas, para atingir esse destino, é preciso ao mesmo tempo concentrar-se no passo presente: para o realizar, é necessário estar leve, despojar-se dos pesos inúteis, levar consigo apenas o essencial e esforçar- se cada dia para que o cansaço, o medo, a incerteza e a escuridão não bloqueiem o caminho iniciado. Por isso ser peregrino significa partir todos os dias, recomeçar sempre, reencontrar o entusiasmo e a força de percorrer as várias etapas do percurso que, apesar das fadigas e dificuldades, sempre abrem diante de nós novos horizontes desconhecidos.

Este é precisamente o sentido da peregrinação cristã: estamos em caminho à descoberta do amor de Deus e, ao mesmo tempo, à descoberta de nós mesmos, através duma viagem interior, mas sempre estimulados pela multiplicidade das relações. Portanto, peregrinos porque chamados: chamados a amar a Deus e a amar-nos uns aos outros. Assim, o nosso caminho sobre esta terra nunca se reduz a um trabalho sem objetivo nem a um vaguear sem meta; pelo contrário, cada dia, respondendo ao nosso chamado, procuramos realizar os passos possíveis rumo a um mundo novo, onde se viva em paz, na justiça e no amor. Somos peregrinos de esperança, porque tendemos para um futuro melhor e empenhamo-nos na sua construção ao longo do caminho.

Tal é, em última análise, a finalidade de cada vocação: tornar-se homens e mulheres de esperança. Como indivíduos e como comunidade, na variedade dos carismas e ministérios, todos somos chamados a «dar corpo e coração» à esperança do Evangelho neste mundo marcado por desafios: o avanço ameaçador duma terceira guerra mundial aos pedaços, as multidões de migrantes que fogem da sua terra à procura dum futuro melhor, o aumento constante dos pobres, o perigo de comprometer irreversivelmente a saúde do nosso planeta. E a tudo isto vêm ainda juntar-se as dificuldades que encontramos diariamente com o risco de nos precipitar, às vezes, na resignação ou no derrotismo.

Por isso é decisivo, para nós cristãos, cultivar um olhar cheio de esperança no nosso tempo, para podermos trabalhar frutuosamente respondendo à vocação que nos foi dada ao serviço do Reino de Deus, Reino do amor, de justiça e de paz. Esta esperança – assegura-nos São Paulo – «não engana» (Rm 5, 5), porque se trata da promessa que o Senhor Jesus nos fez de permanecer sempre conosco e de nos envolver na obra de redenção que Ele quer realizar no coração de cada pessoa e no «coração» da criação.

Tal esperança encontra o seu centro propulsor na Ressurreição de Cristo, que «contém uma força de vida que penetrou o mundo. Onde parecia que tudo morreu, voltam a aparecer por todo o lado os rebentos da ressurreição. É uma força sem igual. É verdade que muitas vezes parece que Deus não existe: vemos injustiças, maldades, indiferenças e crueldades que não cedem. Mas também é certo que, no meio da obscuridade, sempre começa a desabrochar algo de novo que, mais cedo ou mais tarde, produz fruto» (Francisco, Exort. Ap. Evangelii gaudium, 276). E o apóstolo Paulo afirma ainda que fomos salvos na esperança (cf. Rm 8, 24). A redenção realizada na Páscoa dá a esperança, uma esperança certa, confiável, com a qual podemos enfrentar os desafios do presente.

Então ser peregrinos de esperança e construtores de paz significa fundar a própria existência sobre a rocha da ressurreição de Cristo, sabendo que todos os nossos compromissos, na vocação que abraçamos e levamos por diante, não caiem no vazio. Apesar dos fracassos e retrocessos, o bem que semeamos cresce de modo silencioso e nada pode separar-nos da meta última: o encontro com Cristo e a alegria de viver na fraternidade entre nós por toda a eternidade. Esta vocação final, devemos antecipá-la cada dia: a relação de amor com Deus e com os irmãos e irmãs começa desde agora a realizar o sonho de Deus, o sonho da unidade, da paz e da fraternidade. Que ninguém se sinta excluído deste chamado! Cada um de nós, no seu lugar próprio, no seu estado de vida, pode ser, com a ajuda do Espírito Santo, um semeador de esperança e de paz.

Por tudo isso, digo mais uma vez, o que já disse durante a Jornada Mundial da Juventude em Lisboa: «rise up – levantai-vos!» Despertemos do sono, saiamos da indiferença, abramos as grades da prisão em que por vezes nos encerramos, para que possa cada um de nós descobrir a própria vocação na Igreja e no mundo e tornar-se peregrino de esperança e artífice de paz! Apaixonemo-nos pela vida e comprometamo-nos no cuidado amoroso daqueles que vivem ao nosso lado e do ambiente que habitamos. Repito-vos: tende a coragem de vos envolver! Padre Oreste Benzi, apóstolo incansável da caridade, sempre comprometido com os últimos e indefesos, repetia que ninguém é tão pobre que não tenha algo para dar, e ninguém é tão rico que não precise de receber alguma coisa.

Levantemo-nos, pois, e coloquemo-nos a caminho como peregrinos de esperança, para que também nós, como fez Maria com Santa Isabel, possamos comunicar boas-novas de alegria, gerar vida nova e ser artesãos de fraternidade e de paz.

Dom Maurício da Silva Jardim – Bispo Diocesano