SENHOR! SOU DIGNO

 

dom juventino e catequistas
Dom Juventino com Catequistas Curso Teológico Catequético 2016

Passado o tempo pascal, tempo de ressurreição de Jesus, luz que brilha e ilumina o mundo iniciamos o tempo comum. Este final de semana é o 9º domingo. Tempo comum é “o período que vai desde o dia de Pentecostes até o dia de Cristo Rei no final de novembro”. O espaço celebrativo e a cor dos paramentos são verdes. Sinal de esperança e de vida.

A palavra de Deus (Lc 7,1-10) apresenta um centurião que vai a procura de Jesus. (centurião era um alto funcionário da hierarquia militar romana. Era o oficial responsável por comandar uma centúria, dando ordens que deveriam ser prontamente obedecidas pelos homens que liderava e encarregava-se da disciplina e instrução da legião). Não se tratava de um judeu ou um estrangeiro, mas de um alto comandante militar romano, opressor do povo de Israel. Esse centurião tinha um subalterno muito estimado que estava à beira da morte. Tendo ouvido falar de Jesus enviou alguns anciãos judeus, rogando que Jesus viesse curar este subalterno. Jesus acolheu o convite. Pos-se a caminho. E foi para a casa do centurião. Quando este viu Jesus se aproximando mandou emissários dizendo: “Senhor, eu não sou digno de que entres em minha casa e nem sou digno de achegar-me perto de ti, mas dizes uma só palavra e meu servo será curado”. E Jesus ficou admirado com a sinceridade e a fé do centurião. Na parábola do filho Pródigo é o Pai que vai ao encontro do filho e nete relato é Jesus que vai ao encontro do centurião. Quer entrar na casa. Tornar-se próximo. A casa é ótimo lugar para evangelizar. Para acolher e ser acolhido.

A frase pronunciada pelo centurião é uma preciosidade do evangelho. Tanto assim que a liturgia tomou estas palavras para serem rezadas, momentos antes da comunhão. Quando o padre ergue a hóstia sagrada e diz: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”, a comunidade responde: “Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e serei salvo”. A morada é nosso corpo. Pelo batismo nos tornamos templos vivos e morada de Deus. Ao recebermos a comunhão, Deus entra em nossa morada, de nosso corpo e se torna vida. O centurião reconheceu que não era digno de receber Jesus. Nós devemos levar uma vida digna, na família, na comunidade, na profissão, no nosso modo de ser e agir para recebermos o corpo e o sangue de Jesus com mais dignidade.

Jesus está presente em cada pessoa, mas também na comunidade reunida. “Onde dois ou tres estão reunidos em meu nome, eu estarei no meio deles” (Mt 18,20). A comunidade deve ser o espaço do encontro, da partilha, da mútua ajuda, do perdão e da acolhida. A comunidade é o lugar sagrado onde Jesus está presente e as pessoas se encontram, convivem, residem e se reúem para celebrar. Papa Francisco assim nos ensina: “Não se pode fazer comunidade sem proximidade. Não se pode fazer a paz sem proximidade. Não se pode fazer o bem sem aproximar-se. Como cristão não está nunca parado, caminha sempre além das dificuldades. Não se pode pensar em um cristão parado. Um cristão que permanece parado está doente na sua identidade cristã. O cristão é um discípulo para caminhar, para seguir para ir além das dificuldades”.

Nesta mesma direção fala São Paulo aos Gálatas (1,1-10). Ele ensina que não há dois evangelhos. Há somente um Evangelho que é o de Jesus Cristo. São Paulo faz essa afirmação porque na comunidade haviam divisões, discórdias, disputas e ensinos deiferenciados. Isto gerou confusão na comunidade dos Gálatas. São Paulo escreve esta carta exortando os cristãos para a unidade e o seguimento do Evangelho de Jesus Cristo. Professamos no nosso “credo”: “Creio na santa Igreja Católica, una, católica, apostólica, na comunhão dos santos”. Esta profissão de fé nos faz crer num único Evangelho ensinado por Jesus Cristo e mantido vivo pela Igreja que tem a missão de zelar pela fidelidade e certeza daquilo que anunciamos. Manter a unidade é a missão do Papa, dos bispos. Eles juntamente com todo Povo de Deus tem a missão de manter a fidelidade a Jesus Cristo, sua missão, seu ensino.

É missão dos cristãos zelar pela unidade da igreja para que não haja divisões, separações e discórdias. A unidade é testemunho de vida e exemplo para que o mundo creia no Evangelho de Jesus Cristo. Por vezes percebemos divisões, ciumes, intrigadas, fofocas entre lideranças, minsitros, lideres de comunidades, membros do conselho econômico, entre pastorais e movimentos… Essas divisões são um contra testemunho do evangelho e fazem muito mal às comunidades em especial às crianças e jovens. Onde há divisões, também há discórdias e abandono da fé.

Que o Sagrado Coração de Jesus, patrono da Diocese, derrame abundantes graças e bênçãos sobre cada um de nós. Saúde aos doentes, alegria aos tristes, esperança aos desanimados.

 

Dom Juventino Kestering
Diocese de Rondonópolis-Guiratinga