3º Domingo da Quaresma

“Escutar, partilhar, viver e Anunciar a Palavra”

Estamos no tempo da quaresma, e esse tempo proposto pela igreja, nos convida a intensificarmos nossa vida de oração e ação, a fim de nos fortalecermos para vivermos todos os dias que o Senhor nos conceder. Na comunhão com Deus, servindo Jesus Cristo, assumindo seu projeto de vida e sendo neste mundo portadores de vida e justiça.

Nesta terceira etapa da caminhada para a Páscoa somos orientados, mais uma vez, a repensar a nossa vida. A mensagem fundamental da liturgia deste final semana é a “conversão”. Jesus nos apresenta um Deus pai/mãe libertador e propõe-nos a transformação em pessoas novas, livres da escravidão do egoísmo e do pecado, para que em nós se manifeste a vida em plenitude, a vida de Deus. O Reino de Deus.

Nos pede uma transformação radical da existência, a uma mudança de mentalidade de forma que os valores apresentado por Jesus, passem a ser a nossa prioridade fundamental. E se isso não acontece, diz Jesus, a nossa vida será cada vez mais controlada pelo egoísmo que leva à morte.

A primeira leitura fala-nos do Deus que não suporta as injustiças e as arbitrariedades e que está sempre presente naqueles que lutam pela libertação. Precisamos, sim, lutar contra tudo aquilo que nos escraviza e que impede a manifestação da vida plena e abundante. Deus age na nossa vida e na nossa história através de homens de boa vontade, que se deixam desafiar por Deus e que aceitam ser seus instrumentos na libertação do mundo.

A segunda leitura avisa-nos que o cumprimento de ritos externos e vazios não são importante; o que é importante é a adesão verdadeira a Deus, a vontade de aceitar a sua proposta de salvação e de viver com Ele numa comunhão íntima e plena. Paulo apresenta, a nós, a história do Povo de Deus do Antigo Testamento. Os israelitas foram todos conduzidos por Deus, passaram todos pela água libertadora do Mar Vermelho, alimentaram-se todos do mesmo maná e da mesma água do rochedo “que era Cristo”.

            Assim também, nós somos chamados a essa passagem com Cristo e mesmo, embora tenhamos recebido o Batismo, participado dos sacramentos, sermos ministros ordenados ou instituídos não temos a salvação garantida: não bastam os ritos, não basta a letra. Apesar do cumprimento das regras, os sacramentos não são mágicos. Não significam nada e não realizam nada se não houver uma adesão verdadeira à vontade de Deus. Paulo recorda: o fundamental, na vivência da fé, não é comer ou não carne imolada aos ídolos; mas é levar uma vida coerente com as exigências de Deus e viver em verdadeira comunhão com Deus.

            É o próprio Jesus que no trecho do evangelho, proclamado, deixa claro que, diante de Deus, todos as pessoas precisam de se converter. É uma questão de vida ou de morte. A conversão é fonte de vida, pois faz o homem voltar-se para Deus, que quer que ele viva.

            Portanto a mensagem de Jesus para nós é ESCUTAR, PARTILHAR, VIVER E ANUNCIAR A PALAVRA onde vivo. Na minha casa, meu trabalho, meu lazer, minha comunidade de fé e na sociedade.

 

Pe. Mauro Vieira

Vigário da Paróquia São José Operário