Uma Comunidade que produz fruto

Nos Domingos passados sexto e sétimo do Tempo Comum, Jesus proclamou a felicidade paradoxal dos discípulos que são objeto de perseguição e de ultrajes e as exigências do amor de caridade. Agora neste domingo o oitavo, nos ensinam como se devem comportar os responsáveis das comunidades cristãs e os irmãos animados por um zelo autentico e eficaz.

O homem recebeu a Palavra do Deus-Palavra. Portanto, à imagem do seu Criador, deve ser simples e sincero e as suas palavras têm de estar em harmonia com os sentimentos do seu coração. E deve saber que, de todas as palavras que pronunciar, só permanecerão as que prolongarem a obra de Deus, autor, pela Sua Palavra, de tudo o que o universo contém de bom.

Quem denuncia nos outros os defeitos que não emenda em si próprio é um “hipócrita”, expressão dura que Jesus aplica aos que não sabem interpretar o tempo da Salvação e dirige aos que o querem impedir de curar em dia de sábado. Sobretudo os responsáveis pelas comunidades cristãs devem evitar cuidadosamente este vício. São Lucas chama-lhes “guias”. Ainda hoje, no Oriente, se chama assim aos superiores dos mosteiros: higumenes, em grego. Se não derem provas de lucidez, perdem-se eles e também aqueles que têm a responsabilidade de guiar, no seguimento dos passos de Cristo, pelo caminho da verdade e da vida.

No último dia, quando a morte e as suas obras tiverem desaparecido, aparecerão os frutos do esforço de cada um ao serviço dos outros. Tudo o que não tiver consistência, os restos, as mesquinhezes e a vaidade será rejeitado. Só ficará o ouro puro da verdade e do amor, oferecido como sacrifício de louvor a Cristo, vencedor da mentira e da morte.

Porque é Ele que é manifestado pelas exigências do Evangelho. Ele é que é o Justo perseguido, que morre perdoando aos Seus algozes, o caminho, a verdade e a vida, a alegria daqueles que só Ele podia proclamar felizes “desde agora”, prometendo-lhes que só participarão com Ele na recompensa do Céu. Por isso, a Igreja e cada comunidade cristã em particular dão glória ao Pai, três vezes santo, fonte de toda a santidade e de toda a alegria.

Pe. Marcos Antônio Gonçalves dos Santos

Vigário da Paróquia São José Esposo