3º Domingo de Advento

BENDITA ÉS TU ENTRE AS MULHERES 

 

A liturgia deste domingo, já próximo a grande festa do Natal do Senhor, traz a grande alegria da intervenção de Deus a nosso favor. Do Seio de Maria de Nazaré floresceu a Raiz de Jessé. Da fé e da entrega ao projeto de Deus, ela permite o amor de Deus se revelar naquele que pode nos salvar, Jesus de Nazaré, o Cristo de Deus. E é essa certeza que brotada no coração de quem fez a experiencia de caminhar com ele, que continua ainda hoje a proclamar bem-aventurada aquela que acreditou.

            No evangelho proclamado, percebemos que na visita a Izabel, sua prima, à saudação de Maria, revela a alegria de João Batista, no ventre de sua mãe. Ele saltou de alegria. Trata-se, evidentemente, de uma indicação teológica: para Lucas, Jesus é o Deus que vem ao encontro dos homens, e que tem uma mensagem de salvação/libertação que concretiza as promessas feitas por Deus aos antepassados; logo, a presença de Jesus provoca a alegria, o estremecimento gozoso de todos aqueles que esperam a concretização das promessas de Deus e que veem na chegada de Jesus a realização das promessas de um mundo de justiça, de amor, de paz e de felicidade para todos os homens. Através de Jesus, Deus vai oferecer a salvação a todos; e isso provoca um estremecimento incontrolável de alegria, por parte de todos os que anseiam pela concretização das promessas de Deus. Deve ser este o sentimento de todos aqueles que creem.

            Olhemos a resposta de Isabel à saudação de Maria: “Bendita és tu entre as mulheres”. Trata-se de palavras que aparecem no “cântico de Débora” (cf. Jz 5,24) para celebrar Jael, a mulher que, apesar da sua fragilidade, foi o instrumento de Deus para libertar o Povo das mãos de Sísera, o opressor. Maria é, assim, apresentada – apesar da sua fragilidade – como o instrumento de Deus para concretizar a salvação/libertação dos homens.

            Finalmente, temos a resposta de Maria: “a minha alma enaltece o Senhor…”. A resposta de Maria retoma um salmo de ação de graças (cf. Sl 34,4), destinado a dar graças a Jahwéh porque protege os humildes e os salva, apesar da prepotência dos opressores. É um salmo de esperança e de confiança, que exalta a preocupação de Deus para com os pobres que são vítimas da injustiça e da opressão. Sugere-se, claramente, que a presença de Jesus, através dessa mulher simples e frágil que é Maria, é um sinal do amor de Deus, preocupado em trazer a libertação a todos os que são vítimas da prepotência e da injustiça dos homens. Com Jesus, chegou esse tempo novo de libertação, de paz e de felicidade anunciado pelos profetas.

            Somos convidados a reviver o nascimento de Jesus com a luz acessa da esperança e mesmo em meio a dificuldades ser promotores e promotoras da paz. Da não violência, da tolerância, E neste tempo de distanciamento, por causa da pandemia, Proclamar: por Cristo, com Cristo e em Cristo um mundo novo surgiu.

 

Pe . Mauro Vieira – Vigário da Paróquia São José Operário