BENDITO O QUE VEM EM NOME DO SENHOR
Todos os anos Jesus participava das grandes festas do povo de Deus em Jerusalém. Aproximando-se a festa da Páscoa, Jesus saiu da Galileia em peregrinação a Jerusalém, acompanhado de seus discípulos e pessoas que iam se somando no seu percurso.
Chegando perto do Monte das Oliveiras, enviou dois discípulos a sua frente até o povoado, para trazer um jumentinho que se encontrava amarrado. Levaram então o jumentinho a Jesus, colocaram os próprios mantos sobre ele e Jesus montou para seguir em direção a Jerusalém. Muitas pessoas estenderam seus mantos pelo caminho e outras puseram ramos que haviam apanhado nos campos. Formou-se uma animada peregrinação, aos gritos do povo: “Hosana! Bendito aquele que vem em nome do Senhor! Bendito seja o Reino que vem, o reino de nosso pai Davi! Hosana no mais alto do céu!” (Cf. Mc 11, 1-10).
Jesus entra na cidade de Jerusalém, não como rei guerreiro em sua carruagem pomposa, mas como simples homem, humilde e pacífico, montado num jumentinho de carga, transporte dos pobres, contestando assim o poder opressor. Sua atitude confronta os poderes religioso e político, que se organizam para eliminá-lo.
O povo que vivia sob o jugo dos romanos, queria libertar-se e ter seu próprio rei. Para isso, esperava um rei que se preocupasse com seus problemas de fome, doenças, impostos abusivos tanto de Roma como do templo, que o deixavam na miséria. Conhecendo os milagres que Jesus operava junto aos pobres curando doentes, multiplicando pães, queria proclamá-lo rei, pois ele iria se preocupar com a massa marginalizada e faminta.
Hoje com o aumento de disseminação da Covid 19, mortalidade, desemprego e miséria crescente, o povo também quer um governo que tenha como prioridade o povo empobrecido, que priorize a vacinação em massa para superar a pandemia, recuperar o emprego, aprove um auxílio emergencial que dê condições de vida digna para as famílias empobrecidas.
Esta conquista não cai do céu; é preciso que todos nos unamos e busquemos, antes de tudo, conhecer os sistemas políticos e econômicos, formar uma consciência política, analisar criticamente a realidade e conhecer os candidatos e suas propostas antes de dar o nosso voto.
No entanto, o povo que antes proclamava Jesus como rei, na hora da sua condenação deixou-se enganar pela imposição dos que queriam a morte de Jesus.
Ora, Jesus defendia a vida, mas os fariseus, doutores da lei e saduceus aliados dos romanos, defendiam a lei judaica e o poder romano que lhes concedia privilégios.
É preciso que não nos deixemos levar pelas falsas promessas, ou compra de votos dos que querem manter seus privilégios. É preciso que nos mantenhamos firmes nos critérios cristãos de que todas as pessoas têm direitos iguais perante a lei e que precisamos defender, antes de tudo, a VIDA em todas as suas manifestações: vegetal, animal e humana. “Eu vim para que todos tenham VIDA e vida em abundância” (Jo10,10).
Com o Domingo de Ramos iniciamos a Semana Santa. Desejo que todos tenhamos uma semana bem santa. Se não pudermos participar presencialmente das celebrações, reservemos o tempo necessário para acompanhar a liturgia através dos meios de comunicação social.
Irmã Anita David
