Os Pais! Missão na Família

Feliz dia dos Pais 

    Estamos no 19º domingo do tempo comum. Cor dos paramentos e espaço celebrativo é verde. Agosto, mês das vocações. A Palavra ele Deus, (CNBB pag 61/62 ensina): “As leituras de hoje nos chamam a atenção para sermos desprendidos dos bens materiais, para procurarmos viver confiantes em Deus segundo o testemunho de fé de Abraão e Sara e, conscientes da brevidade de nossa vida terrena, estarmos vigilantes sabendo que a qualquer momento podemos deixar este mundo. Diante dessas realidades de nossa vida resta-nos levar mais a sério nosso compromisso com Deus. A insistência no tema do desprendimento e da vigilância é porque nem sempre nos lembramos de que nossa vida neste mundo é passageira e que dos bens material nada levamos. O mais importante é termos consciência de que somos de origem divina, pois trazemos em nós a semelhança com Deus, que é eterno. Apesar dessa verdade, nossa tendência é procurar realização e plenitude nas coisas passageiras, bens ilusórios, que aparentemente nos realizam, mas que no fundo não preenchem nossa sede do eterno. As coisas nos são necessárias para vivermos, mas não são a fonte da vida nem nelas está o segredo para sermos pessoas verdadeiramente felizes. Os bens materiais nos trazem momentos felizes e de realização, mas não nos fazem a alegria e felicidade permanente e eterna. Uma pessoa pode ter tudo e se sentir frustrada, sentir um vazio existencial e não saber a razão de tal sentimento. É o vazio que deve ser preenchido pela presença de Deus; nada de material preenche o lugar de Deus no coração do homem. Não é o que temos que nos faz verdadeiramente felizes, mas o que somos; por isso, não podemos nos esquecer de que só seremos realizados, se desenvolvermos integralmente o nosso ser: material, humano e espiritual. Que Deus nos conceda a graça de uma fé inquebrantável, do desprendimento e do equilíbrio”.

Hoje também é dia dos pais. Celebração de contrastes. Muitos filhos experimentam a alegria de poder olhar no rosto do pai, de sentir o aconchego, o diálogo e sua presença dentro lar. Por outro lado há a realidade dura na experiência humana de filhos que não conheceram o pai, ou sentiram a experiência de sua ausência, ou viram o pai deixar seu lar.

 Papa Francisco ensina: “Nenhuma família é uma realidade perfeita e confeccionada duma vez para sempre, mas requer um progressivo amadurecimento da sua capacidade de amar. Todos somos chamados a manter viva a tensão para algo mais além de nós mesmos e dos nossos limites, e cada família deve viver neste estímulo constante. Avancemos, famílias; continuemos a caminhar! Não percamos a esperança por causa dos nossos limites, mas também não renunciemos a procurar a plenitude de amor e comunhão que nos foi prometida” (AL 325). No processo de crescimento da criança, do adolescente ou jovem, com a ausência do pai no lar, abre-se uma ferida que por vezes não cura. É uma machucadura existencial que corrói por dentro e deixa triste por fora. A pessoa humana desenvolve-se no equilíbrio entre a ternura da mãe e a presença do pai. Educar é um processo dos pais e não somente de uma mãe e ou de um pai. As recentes pesquisas mostram que a ausência do pai dentro do lar marca a personalidade dos filhos e é uma das causas das dependências químicas, da revolta, da violência e da perda do sentido da vida entre os jovens. O dia dos pais é oportunidade para uma reflexão entre os jovens. A maioria deles vai amar uma esposa, constituir uma família, gerar filhos e assim viver os compromissos de pai. Os valores requeridos para um pai não se improvisam. Valores como diálogo, fidelidade, presença na família, oração, acompanhamento dos filhos na escola, na catequese, tirar tempo com os filhos… não se improvisam. O jovem de hoje será o pai de amanhã. Que tipo de pai você vai ser? Como está se preparando para viver a vida de família na sinceridade, diálogo, fidelidade?

Papa Francisco em “Alegria do Amor”, lembra: “A família é a primeira escola dos valores humanos, na qual se aprende o bom uso da liberdade. Há inclinações maturais na infância, que impregnam o íntimo de uma pessoa e permanece toda a vida como uma inclinação favorável a um valor ou como uma rejeição espontânea de certos comportamentos. Muitas pessoas atuam a vida inteira de uma determinada forma, porque consideram válida tal forma de agir, que assimilam desde a infância, como que por osmose: “Fui ensinado assim”; isto é, não me inculcaram. A família é o âmbito da socialização primária, porque é o primeiro lugar onde se aprende a relacionar-se com o outro, a escutar, partilhar, suportar, respeitar, ajudar, conviver. A tarefa educativa deve levar a sentir o mundo e a sociedade como “ambiente familiar”: é uma educação para saber “habitar” mais além dos limites da própria casa. No contexto familiar, ensina-se a recuperar a proximidade, o cuidado, a saudação. É lá que se rompe o primeiro círculo do egoísmo mortífero, fazendo-nos reconhecer que vivemos junto de outros, com outros, que são dignos da nossa atenção, da nossa gentileza, do nosso afeto. Não há vínculo social, sem esta primeira dimensão cotidiana: conviver na proximidade, cruzando-nos nos vários momentos do dia, preocupando-nos com o que interessa a todos, socorrendo-nos mutuamente nas pequenas coisas do dia a dia. A família tem de inventar, todos os dias, novas formas de promover o reconhecimento mútuo” (274-276).

Rezemos com a Igreja: Deus eterno e todo-poderoso, quem ousamos chamar de  Pai dai-nos cada vez mais um coração de filhos, para alcançarmos um dia a herança que prometestes.

Que o Sagrado Coração de Jesus, patrono da Diocese, derrame abundantes graças e bênçãos sobre cada um de nós. Saúde aos doentes, alegria aos tristes, esperança aos desanimados.

 

Dom Juventino Kestering.

Diocese de Rondonópolis-Guiratinga