NOVO MODO DE SER E VIVER

 Estamos no 6º domingo do tempo comum. Cor verde em todos os espaços. Sinal de vida e esperança. De vida. O verde faz recriar, dar frutos.

A Palavra de Deus (Lc 6,20-26) nos introduz nas bem-aventuranças proclamadas por Jesus, seguidas de quatro gritos de alerta em forma de “ai de vós” como uma advertência, uma atenção, uma correção a ser feita. As bem aventuranças estão ligadas à montanha, lugar de subida, mas também onde alargam os horizontes da vida. As bem aventuranças são uma espécie de seu programa de ação com um conteúdo muito claro, mas enigmático, exigente, questionador para os dias atuais. Parece que as Bem Aventuranças correm contra mão da sociedade atual. “Felizes são vocês, os pobres, pois o Reino de Deus é de vocês. Felizes são vocês que agora têm fome, pois vão ter fartura. Felizes são vocês que agora choram, pois vão rir… A partir destas palavras, desta forma de anunciar o Reino, os Apóstolos entenderam quais são as exigências do Reno. Não é somente paz, harmonia, intimismo, fuga do mundo, dos conflitos, mas um convite para missão de tornar a sociedade justa e digna, arrancando de seu meio, pela força do Evangelho, a miséria, a injustiça, a corrução, o descaso social, a fome e assim derrubar os geradores dos males sociais. As Bem Aventuranças colocam no centro do ministério de Jesus, os pobres, os pequenos, os amados de Deus. Ele tem um coração aberto para a escuta e a conversão

É a mensagem de Jesus a verdadeira comida e bebida. Ele que nos abre para os novos tempos e nos faz firmes e esperançosos. “Quem crê e espera em Jesus e não vacila nos momentos de amargura e nem de dificuldade”. A busca desenfreada do lucro, da riqueza, dos elogios a todo custo se contrapõe à aquilo que as bem aventuranças propõem, ou seja o olhar primeiro é o Reino de Deus. As Bem Aventuranças é a base de toda ação pastoral, em especial a moral cristã que não inicia com a lei, mas com a bem Aventurança. Mas, Jesus usa a expressão, “ai de vós, ricos, porque já tendes vossa consolação”. Não pela riqueza em si, mas pela forma como adquiriu a riqueza, como administra a riqueza e como a utiliza para o bem comum. São Basílio lembra: “Quem ama o próximo como a si mesmo não acumula coisas desnecessárias que possam ser indispensáveis para os outros”.

Na 1ª Carta aos Coríntios 15:3-8 São Paulo exorta: “Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras; que foi sepultado; que foi ressuscitado ao terceiro dia, segundo as Escrituras; que apareceu a Cefas, e depois aos doze; depois apareceu a mais de quinhentos irmãos duma vez, dos quais vive ainda a maior parte, mas alguns já dormiram; depois apareceu a Tiago, então a todos os apóstolos; e por derradeiro de todos apareceu também a mim, como a um abortivo.”

São Paulo tem consciência de que a mensagem que anuncia não é sua, mas é uma missão, um envio, uma revelação que recebeu de Jesus. Daí a centralidade da fé e da vida cristão “no mistério da morte e ressurreição de Jesus”. “Assim pregamos e assim crestes” (Cor 15,11). O núcleo central está na ressurreição. A fé na ressurreição define a qualidade da vida do cristão: “E, se Cristo não foi ressuscitado, é vã a vossa fé, e ainda estais nos vossos pecados. Mas porque Cristo ressuscitou de fato a nossa pregação não é vã. Cristo ressuscitou de fato somos testemunhas verdadeiras de Deus. Cristo ressuscitou de fato não permanecemos nos nossos pecados. Mas porque Cristo ressuscitou os que dormiram em Cristo não pereceram, mas estão vivos. Mas porque Cristo ressuscitou de fato não somos pessoas infelizes”. Somos felizes, bem a venturados, mesmo nos sofrimento porque a nossa fé se baseia na fé em cristo Ressuscitado.

O profeta Jeremias ensina: “Mas bendito é o homem cuja confiança está no Senhor, cuja confiança nele está.” (Jr 17,7). Deus nos criou, confia em nós. Jesus confiou nos seus discípulos; o cristão confia na ajuda da comunidade, A confiança é uma virtude necessária para a maturidade da fé, de nosso serviço e ministério e de nosso relacionamento familiar e na convivência com as pessoas na sociedade.

Rezemos com a Igreja: Velai, ó Deus, sobre a vossa família com incansável amor; e, como só confiamos na vossa graça, guardai-nos sob a vossa proteção. Por nosso Senhor Jesus Cristo…

Que o Sagrado Coração de Jesus, patrono da Diocese, derrame abundantes graças e bênçãos sobre cada um de nós. Saúde aos doentes, alegria aos tristes, esperança aos desanimados.

Dom Juventino Kestering
Bispo diocesano