Neste segundo domingo de maio, dia de Nossa Senhora de Fátima lembramos o Dia das Mães. Gostei da reflexão de Maria Elisa Zanelatto.
“Celebrar não é o mesmo que comemorar. Comemorando já estão a mídia e o comércio: a primeira ‘vendendo’ a imagem da ‘mãe ideal’ – elegante, sorridente, jovem, moderna; o segundo ‘ensinando’ filhos e filhas a transformar em realidade aquela imagem… – Celebremos, portanto, ao invés de simplesmente comemorar… – Celebremos a mãe sem charme, que esquece de si mesma, dia após dia, pois seus recursos não chegarão nunca para comprar moda: ela precisa alimentar os filhos. |
|
– Celebremos as mães cheias de rugas prematuras, que não têm tempo para a academia, pois, do nascer ao pôr do sol, cuidam de seus filhos especiais.
– Celebremos as mães muito jovens e inexperientes, que sequer tiveram tempo de se preparar para a maternidade, pois, driblando o sono, seus olhos assustados e sua intuição procurar adivinhar, no choro do bebê, o que lhe falta em conhecimento e prática. – Celebremos as mães sem sorriso que visitam seus filhos nas clínicas de recuperação de dependentes químicos ou nas prisões, pois, a despeito de seus esforços, não conseguiram que seu carinho se sobrepusesse à tentação de sensações inusitadas ou do dinheiro fácil, num país onde a honestidade é mal remunerada e a corrupção em todos os níveis faz escola. – Celebremos as mães idosas, confinadas a asilos onde perdem a identidade e os laços, pois, sem recursos ou sem tempo, os filhos que ela deu ao mundo já não se lembram da própria dívida de amor e de cuidado. Celebremos as mães que já se despediram desta vida e estão, com certeza, abençoando sem cessar seus filhos que lutam pela vida. – Celebremos, sim, e lembremos – cada um de nós – de todas as mães que nos cercam e que merecem, hoje e sempre, não importa quem e como sejam, a gratidão de quem recebeu, através delas, o mais precioso dos dons: a vida”. Maria Elisa Zanelatto Maio 2018. |