A Romaria dos Mártires, realizada na no dia 18 de março de 2018, na sua 27ª edição, se constitui como o maior evento católico da diocese de Rondonópolis-Guiratinga. Tendo Jesus como luz e caminho a caminhada é iluminada pela Palavra de Deus, pelo sangue dos Mártires que doaram a vida no anúncio do Evangelho e na defesa da dignidade da pessoa.
Com o objetivo de fazer a caminhada de fé, de oração, de penitencia e de celebrar a memória dos Mártires, em sintonia com a Campanha da Fraternidade, com o tema: “Mártires – compromisso e vida doada e o lema: Cristãos leigos e leigas, sujeitos eclesiais numa Igreja em saída” a Romaria faz história de 26 anos. No nascedouro, dom Osório Stoffel, Pe. Giovane Pereira de Melo, hoje bispo de Tocantinópolis, juntamente com lideranças tiveram iniciativa de organizar uma caminhada de fé na cidade de Rondonópolis. Uma semente foi lançada. Realiza-se normalmente na proximidade do martírio do Beato Oscar Romero. Naquela época, 1991, as terras de Mato Grosso foram palco de violência e de martírio. Padres, religiosas, sindicalistas, seringueiros, indígenas foram mortos pela violência e ganancia de alguns e pela impunidade por parte do estado. A Igreja na Diocese de Rondonópolis-Guiratinga é marcada pelo sangue de homens e mulheres que em nome do evangelho se colocaram em defesa dos pequenos e indefesos.
Alguns ritos e símbolos são importantes para a Romaria: As nove paróquias da cidade de Rondonópolis receberam as caravanas das paróquias de outras cidades. Ofereceram almoço ou lanche de integração. Essas caravanas se uniram à paroquias que acolheu e se inicia a primeira etapa da Romaria. Às 16:00 horas, as diversas paróquias já unidas foram se encontrando na praça da Saudade. Depois da acolhida e apresentação dos banners com os mártires, dom Juventino fez a abertura da romaria dos Mártires convidando os milhares de romeiros para tocarem o chão com as mãos e traçarem o sinal da cruz e motivou para o início da caminhada até o Espaço Cais, onde nasceu a cidade.
Às 18:00 horas com o espaço Cais totalmente lotado com milhares de romeiros foi concelebrada a missa de encerramento com participação de mais de trinta presbíteros. Na celebração alguns momentos foram significativos. Os povos indígenas, vestido em traje de alegria proclamaram a primeira leitura na língua Bororo. Já no ofertório, na procissão das oferendas cada paróquia trouxe símbolos mencionando a superação da violência. Após a comunhão, foram realizados três ritos: distribuição de saquinhos com sal em referencia ao ano do laicato; “Vós sois o sal da terra”, em seguida o rito da luz. Milhares de velas acesas e celulares iluminou a noite como luz que vem de Jesus, para iluminar a família, a sociedade num grito contra a violência; e por último o rito de partir e repartir o pão para que cada romeiro voltasse para sua casa, para sua comunidade e sua paróquia, alimentado com o pão da partilha. Estes gestos dão esperança e luz para não desanimar nos difíceis caminhos que o povo de Deus atravessa.
A avaliação nas redes sociais davam conta da satisfação dos participantes e da alegria da caminhada. Veja o testemunho de uma participante: “Participei! Foi uma romaria na qual despertou em mim o desejo de também trabalhar pela evangelização e pelos direitos dos mais sofridos”.
Pastoral da comunicação – Pascom
Diocese de Rondonópolis-Guiratinga
