BENDITO O QUE VEM EM NOME DO SENHOR

Estamos no domingo de Ramos, inicio da Semana Santa. Tempo de intensificar a oração, a conversão e mudança de vida através da confissão. A cor litúrgica deste domingo é vermelha. A Campanha da Fraternidade ilumina de modo particular os gestos fundamentais desse tempo litúrgico: a oração, o jejum e a esmola. Neste ano, o tema da Campanha é “Fraternidade e superação da violência” e o lema: “Em Cristo somos todos irmãos” (Mt 23,8).

Neste final de semana (24/03 e 25/03), em todas as comunidades do Brasil, realiza-se o gesto concreto em favor da Campanha da Fraternidade. Consiste numa coleta em dinheiro que assim é distribuída: Do total arrecadado na diocese, 60% fica à disposição do Fundo Diocesano de Solidariedade e 40% é destinado para o Fundo Nacional de Solidariedade. Com estes recursos, diversos projetos sociais foram realizados no decurso de 2017, na diocese, como preservação de nascentes, dinamização da Pastoral da Sobriedade na ajuda aos dependentes químicos, trabalho com adolescentes, projetos em parceria com a Economia Solidária, ajuda aos povos indígenas…

O cristianismo, desde a sua origem tem uma marca própria: a caridade. A solidariedade com os que sofrem, a ajuda aos pobres e socorro às vítimas de diversas formas identifica o seguidor de Jesus Cristo. A credibilidade dos cristãos está justamente na dimensão da caridade.

Domingo de Ramos 2015. Catedral Santa Cruz

A Igreja celebra o Domingo de Ramos. A semana Santa se inicia com a bênção de Ramos, seguido de procissão. Este rito recorda a entrada de Jesus em Jerusalém (Mc 11.1-10). Depois de três anos de caminhada pela Galiléia, Judéia e Samaria, Jesus entra em Jerusalém. Ele foi aclamado, por isso o fizeram montar num jumento, com mantos e ramos de árvores acompanharam a entrada de Jesus em Jerusalém. Alegres cantavam: “Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor! Bendito seja o reino que vem, reino de nosso pai Davi! Hosana no mais alto do céu”.

Papa Francisco ensina: Jesus, que aceita ser aclamado, mesmo sabendo que O espera o “crucifica-o!”, não nos pede para O contemplarmos apenas nos quadros, nas fotografias, ou nos vídeos que circulam na rede. Está presente em muitos dos nossos irmãos e irmãs que hoje, sim hoje, padecem tribulações como Ele: sofrem com o trabalho de escravos, sofrem com os dramas familiares, as doenças… Sofrem por causa das guerras e do terrorismo, por causa dos interesses que se movem por trás das armas que não cessam de matar. Homens e mulheres enganados, violados na sua dignidade, descartados…. Jesus está neles, em cada um deles, e com aquele rosto desfigurado, com aquela voz rouca, pede para ser enxergado, reconhecido, amado.”

São Paulo em Filipenses (2,6-11) resume os sentimentos que devem envolver os cristãos na semana santa. “Jesus Cristo, sendo de condição divina não fez do ser igual a

Deus uma usurpação, mas esvaziou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e tornando-se igual aos homens… humilhou-se a si mesmo, fazendo-se obediente até a morte, e morte de cruz”. É um texto real e concreto do amor que Jesus tem com a humanidade. São Paulo ainda diz: “Tenham em vós os mesmos sentimentos que teve Jesus Cristo”. É neste espírito que os cristãos celebram a Semana Santa percorrendo o caminho do sofrimento de Jesus, mas ao mesmo tempo se preparando para celebrar a Ressurreição, o sinal de vitória sobre a morte e o pecado.

Com a celebração de Domingo de Ramos os cristãos recordam momentos importantes na vida de Jesus: Na 5ª feira santa a Igreja recorda o dia da instituição da Eucaristia com o lava pés e depois adoração ao Santíssimo. Na Sexta feira santa, acontece a via sacra e à tarde a ação litúrgica que recorda a morte de Jesus na cruz, seguido da procissão do Senhor Morto. Sábado é um dia de expectativa e de preparação para a celebração da noite da Páscoa com o fogo novo, a renovação das promessas do batismo, o cântico da Ressurreição e a solene celebração da eucaristia num clima de Jesus Ressuscitado, vivo e presente na comunidade.

Um convite especial para a celebração da Missa da Comunhão Diocesana que acontece no dia 26 de março às 19:15horas no Centro de Eventos Santa Terezinha. Estará reunido o presbitério, bispo juntamente com os padres e a presença do povo de Deus, das religiosas, dos leigos e leigas discípulos missionários. Nesta celebração três momentos são significativos: a comunhão diocesana, a renovação dos compromissos sacerdotais e a consagração do óleo dos catecúmenos, do crisma e da unção dos enfermos.

Que o Sagrado Coração de Jesus, patrono da Diocese, derrame abundantes bênçãos sobre cada um de nós. Confortai com vossa bondade os que trabalham em favor da vida ajudando os sofredores e abandonados a reencontrarem a dignidade e o gosto de viver. Saúde aos doentes, alegria aos tristes, esperança aos desanimados.

 

Dom Juventino Kestering
Bispo de Rondonópolis-Guiratinga