DEIXARAM TUDO

Estamos no 3º domingo do tempo comum. Cor verde ornamenta o espaço litúrgico. Cor da esperança.

O Evangelho (Mc 1, 14-20) ensina:  “Depois que João Batista foi preso, Jesus foi para a Galileia, pregan­do o evangelho de Deus e dizendo: “0 tempo já se completou e o reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no evangelho!” E, passando à beira do mar da Galileia, Jesus viu Simão e André, seu irmão, que lançavam a rede ao mar, pois eram pescadores. Jesus lhes disse: “Segui-me e eu farei de vós pescadores de homens”. E eles, deixando imediatamente as redes, seguiram a Jesus. Caminhando mais um pouco, viu também Tiago e João, filhos de Zebedeu. Estavam na barca, consertando as redes; e logo os chamou. Eles deixaram seu pai, Zebedeu, na barca com os empregados e partiram, seguindo Jesus”.

Conforme Vida Pastoral, Nº 319 pag. 49: “Devidamente introduzido pela aclamação, o evangelho narra o início da pregação de Jesus como anúncio da chegada do reino de Deus e exortação à correspondente conversão. Evangelho de Marcos é o evangelho da “irrupção do reino de Deus” Jesus aparece como profeta apocalíptico, mas, em vez de uma catástrofe, anuncia a boa-nova da chegada do Reino e pede conversão e fé. E isso com a “autoridade” do Reino que se revela na expulsão de demonios e outros sinais. Ele é o “Filho de Deus” Mas por que essa mensagem exige conversão. A mensagem de Cristo solicita conversão à base da fé na boa-nova. Observe-se que conversão não é a mesma coisa que penitência. Certas Bíblias traduzem, erroneamente, Mc 1,15 como” fazei penitência” em vez de “convertei-vos”. Penitência tem que ver com pena, castigo. Conversão é dar nova virada à vida. O grego metanoia sugere uma mudança de mentalidade. Por trás disso está o “voltar” a Deus, não por causa do medo, mas por causa da confiança no dom de Deus, o “reino de Deus que é o acontecer da vontade amorosa do Pai, como reza o pai-nosso: “Venha o teu reino, seja feita a tua vontade”. Onde reinam o amor e a justiça, conforme a vontade de Deus, acontece o reino de Deus”.

A primeira leitura apresenta a vocação e missão do profeta Jonas (Jonas 3,1-5.10) “Levanta-te e põe-te a caminho da grande cidade de Nínive, e anuncia-lhe a mensagem que eu te vou confiar”. Jonas pôs-se a caminho de Nínive que era uma cidade muito grande; eram necessários três dias para ser atravessada. “Jonas entrou na cidade, percorrendo o caminho de um dia; pregava ao povo, dizendo: “Ainda quarenta dias, e Nínive será destruída”. 0s ninivitas acreditaram em Deus; aceitaram fazer jejum e vestiram sacos, desde o superior ao inferior. “Vendo Deus as suas obras de conversão e que os ninivitas se afastavam do mau caminho, com­padeceu-se e suspendeu o mal que tinha ameaçado fazer-lhes, e não o fez”. Alguns passos importantes para a vida de nossa comunidade e nossa vida pessoal. Um chamado que implica “levantar-se e pôr-se a caminho”. Parado não se avança. Mas pôr-se a caminho para “anunciar a Palavra de Deus” que exige atitudes de vida, conversão, aceitação da proposta de Deus. Missão é testemunho. É Palavra. É anúncio. E como acolhemos o chamado e a missão?

Rezar com a Igreja: Deus eterno e todo-poderoso, dirigi a nossa vida segundo o vos­so amor, para que possamos, em nome do vosso Filho, frutificar em boas obras. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Que o Sagrado Coração de Jesus, patrono da Diocese, derrame abundantes bênçãos sobre cada um de nós. Confortai com vossa bondade os que trabalham em favor da vida ajudando os sofredores e abandonados a reencontrarem a dignidade e o gosto de viver. Saúde aos doentes, alegria aos tristes, esperança aos desanimados.

Preparemos o coração, a mente, a vida, a comunidade para o 14º Intereclesial da CEB a se realizar em Londrina, Paraná, entre os dias 23 a 27 de janeiro de 2018: “Ó Deus, Pai misericordioso que amas a todos com coração de Mãe, ilumina nosso caminho para o 14º Intereclesial de CEBs, para que nos sintamos corresponsáveis pela criação com tantos irmãos e irmãs que procuram uma espiritualidade de comunhão, verdadeiramente eclesial, no seguimento de Jesus, na opção pelos pobres, pelo ecumenismo e pela ecologia, especialmente, no mundo urbano com os desafios específicos das políticas públicas e de bem comum. Senhor envia o teu Espírito sobre nós. Que saibamos responder nesta hora da graça aos apelos do teu povo e façamos do Intereclesial um Pentecostes desde a base, sempre animados pela multidão de testemunhas do Reino. Nossa Senhora Aparecida, interceda por todos nós e por uma Terra sem males, sinal do Reino. Amém

Dom Juventino Kestering
Bispo de Rondonópolis-Guiratinga