O protagonismo dos leigos e leigas na vida da Igreja e da sociedade

Estimados Diocesanos! Os cristãos, leigos e leigas, são discípulos e discípulas do Senhor Jesus. São Igreja comunidade de fé, e como tal vivem sua cidadania no mundo, ou seja, assumem sua missão sem limites e fronteiras, através de sua presença comprometida na sociedade, com os valores do Evangelho.

Os cristãos, leigos e leigas, sempre tiveram participação histórica e fizeram história na caminhada da Igreja e da sociedade, através de atuação ativa e muitas vezes sofrida, mas frutuosa. A ação e a participação dos leigos e leigas na vida da Igreja deixaram para a sociedade um legado de obras caritativas, mas também o testemunho de uma forte espiritualidade encarnada na realidade da sociedade. Foram homens e mulheres protagonistas de um novo tempo, abriram as portas do coração para contemplar novos horizontes, porque se deixaram guiar pelo Espírito Santo, assumindo uma vida de ação profética e missionária, sem perder a comunhão com a Igreja.

Na vida e na sociedade, cada um de nós pode ser protagonista do bem, a partir da realidade onde vive e trabalha. A partir da ação rotineira feita nas pequenas funções diárias na casa, no trabalho e no lazer. Toda ação, quando realizada com amor, contribui com a construção do Reino e revela a própria presença de Deus. Precisamos ter presente que “Deus conduz a história, por meio da ação dos homens e das mulheres que trabalham na construção do mundo nas mais diversas frentes.” Precisamos recordar que o Espírito, que sopra onde quer, é quem conduz os corações e as inteligências para fazer o bem.

Neste tempo marcado fortemente pela cultura da indiferença, precisamos trabalhar para promover uma nova cultura, que constrói cidadania no diálogo e que não tenha medo de acolher o que o outro, o diferente, tem a oferecer. Este é o espaço aberto, no qual os cristãos leigos e leigas são chamados a serem “sal da terra e luz do mundo” (Mt 5,13,14), vivendo na sociedade, manifestando através das ações cotidianas uma espiritualidade que manifeste o desejo e a busca do rosto de Deus e da comunhão com ele. Uma espiritualidade encarnada, marcada pelo seguimento de Jesus, pela vida no Espírito, pela comunhão fraterna e pela inserção no mundo.

Dom José Gislon
Bispo de Erexim