Na manhã do dia 11 de outubro de 2017, realizaram-se na, Aldeia Córrego Grande, a Diocese de Rondonópolis-Guiratinga, os ritos de batismo seis de crianças. Cacique, os chefes dos rituais e os idosos da aldeia solicitaram à Diocese que os ritos acima citados fossem celebrados na aldeia.
A missionária Silvia Pinheiro se preocupou com a preparação dos pais e padrinhos das crianças. Esses ritos aconteceram a pedido das lideranças da aldeia e foi respeitada a cultura e o processo de inculturação, sendo que o material de catequese é em língua Bororo.
Dom Juventino Kestering presidiu a celebração juntamente com Pe. Lauri, vigário paroquial de Juscimeira e com animação musical de Irmã Ida dos Santos, catequista franciscana.
Os ritos aconteceram no Baito, espaço sagrado do povo Bororo. Após a procissão de entrada dos pais e padrinhos, os não indígenas tocaram com a mão o chão sagrado e agradeceram a acolhida que os indígenas fizeram. Um chefe dos rituais acendeu a vela e apresentou à comunidade para lembrar que o Bororo segue a luz que ilumina. Seguiram os ritos da missa com destaque a entrada do Livro da Palavra de Deus trazida num cesto por adolescentes ritualmente vestidas e pintadas. Um jovem indígena proclamou a Palavra de Deus.
Após a comunhão deu-se início aos ritos do batismo das seis crianças preparadas com beleza e com pinturas. Conforme a tradição Bororo, um por um ergue as crianças, pronuncia o nome e apresenta a criança à comunidade. Seguiram os ritos litúrgicos do batismo, como unção e as promessas do batismo. Após estes ritos todos saíram do Baito em caminhada para a fonte sagrada do Córrego Grande. Lá com muito respeito, devoção e admiração, dentro do riacho as crianças foram batizadas por dom Juventino Kestering. Após o rito do banho batismal, mais uma caminhada até o Baito para os ritos finais do batismo, em especial a entrega da vela acesa e a benção aos pais, padrinhos e crianças. A comunidade indígena estava muito feliz e expressava sorrisos e contentamento, pois entenderam que através dos ritos se sentiram amados por Deus e animados para educar as crianças no caminho da tradição Bororo segundo os valores do Evangelho de Jesus Cristo. Também foram feitas diversas homenagens às crianças nesta véspera do dia das crianças.
A Diocese de Rondonópolis tem um trabalho específico junto aos povos indígenas com uma missionária residente na aldeia Corrego Grande e voluntários. As irmãs Catequistas Franciscanas mantêm um permanente trabalho missionário na aldeia Piebaga e a Paróquia São José Esposo assume as diversas aldeias do Tadarimana. A aldeia Córrego Grande dista 104 quilômetros de Rondonópolis com mais de seiscentos indígenas sendo que 172 são crianças e adolescentes. Atualmente a aldeia tem uma escola de ensino fundamental e de ensino médio. A escola é diferenciada, bilíngue e o quadro de professores advém da aldeia, mas os mesmos têm qualificação e são formados em faculdades.
Pastoral da Comunicação – Pascom
Diocese de Rondonópolis-Guiratinga
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