A missão do Leigo/a na Igreja

maosObservando as diretrizes e documentos que versam sobre a nossa Igreja, vemos claramente que ela almeja ser uma Igreja de Comunhão e Participação. Quando falamos de Comunhão, referimo-nos a uma rede de comunidade de irmãos, todos juntos unidos em redor de Jesus Cristo, como podemos conferir em At. 2,42-47, At 4,32-37. Quanto a participação, sabiamente a nossa Igreja tem buscado ser cada vez mais democrática e incentivadora dos seus fiéis a assumirem a missão de serem protagonistas da ação evangelizadora juntamente com seus pastores, como acontece nos conselhos comunitários de pastoral. Percebemos isso no incentivo, inclusive em vários documentos e relatórios, resultados de suas assembleias e congressos, orientando que essa prática seja perseguida em seu estado permanente de missão.

Outra questão que deve fitar nossos olhos é a profecia, assumida pela nossa Igreja, e visível quando fazemos uma introspecção e nos deparamos com as experiências corajosas e solidárias, sobretudo quando ela assume a opção evangélica de estar preferencialmente ao lado dos mais necessitados, como sinaliza o sangue derramado de nossos mártires (Lc 4,18-20; Puebla nº 1134; Sto Domingos nº 296). Também sobre os Leigos/as, podemos afirmar com veemência que pelo seu batismo, não apenas estão na Igreja, mas, também é Igreja. São parte do corpo que tem Cristo por cabeça, assim como os clérigos. Nessa condição, também são chamados a ser discípulos missionários, participantes da missão da Igreja de anunciar o Evangelho a todas as nações, testemunhando sua experiência renovadora do encontro com Jesus Cristo.

Aí começa a se estampar a missão do Leigo/a na Igreja. É assumir o seu compromisso batismal e comprometer-se com o projeto iniciado por Jesus Cristo, sendo semente, luz, sal, fermento de uma nova sociedade (Mt,13,31-33/Mt 5,13-16). Fazer nesse mundo concretizar o que Deus quer: outro mundo possível e necessário, onde impere a igualdade, partilha, solidariedade, justiça e paz podendo a vida ser vivida com dignidade em sua plenitude (Jo 10,10). Os Leigos/as são a Igreja no mundo e o Mundo na Igreja. Com essa percepção a Igreja busca romper a dicotomia entre Fé e Vida, fazendo com que as experiências do cultivo da Fé sejam relacionadas com o testemunho da vida cotidiana de seu povo, isto é, “os leigos/as passam a perceber-se como Sujeito Eclesial, que significa reconciliar toda a realidade humana e divina em uma mesma pessoa”.

Nesse momento oportuno, evidencia-se ainda mais a importância dos Leigos/as no processo de construção de uma nova ordem social e econômica, que perpassa pela sensibilidade e comprometimento com a Fé alimentada na Eucaristia e pelo testemunho externado na participação dentro e fora dos nossos templos. Façamos com que ecoe a todos os propósitos que Deus tem para o seu povo, e sob a Proteção de Maria, sigamos nossas romarias diárias caminhando e cantando: MISSÃO, TÔ NESSA!

 

Rinaldo Meira
Leigo engajado nas CEBs