ALEGRIA E FÉ NA ALDEIA

P1050272Na manhã do dia 10 de setembro de 2016, realizaram-se na, Aldeia Córrego Grande, Diocese de Rondonópolis-Guiratinga, os ritos de batismo oito de crianças, e crisma de 26 jovens. Cacique, os chefes dos rituais e os idosos da aldeia solicitaram à Diocese que os ritos acima citados fossem celebrados na aldeia.

A missionária Silvia Pinheiro desde o início do ano iniciou a reparação dos adolescentes e dos jovens com as experiências básicas da iniciação à vida cristã. Esses ritos aconteceram a pedido das lideranças da aldeia e foi respeitada a cultura e o processo de enculturação, sendo que o material de catequese é em língua Bororo.

Dom Juventino Kestering presidiu a celebração juntamente com Frei Antônio Lima, vigário da paróquia de Fátima de São Lourenço, que tem a incumbência do cuidado pastoral do pantanal e das aldeias indígenas de Córrego Grande, Piebaga e Perigara.

Os ritos aconteceram no Baito, espaço sagrado do povo Bororo. Após a procissão de entrada dos pais e padrinhos de batismo e crismando com seus padrinhos, os nãos indígenas tocaram com a mão o chão sagrado e agradeceram a acolhida que os indígenas fizeram. Dois dos chefes dos rituais acenderam a vela e apresentaram à comunidade para lembrar que o Bororo segue a luz que ilumina. Seguiram os ritos da missa com destaque a entrada do Livro da Palavra de Deus trazida num cesto por adolescentes ritualmente vestidas e pintadas. Um jovem indígena proclamou a Palavra de Deus.

Após a proclamação do Evangelho, os 26 jovens renovaram as promessas do batismo e fizeram a profissão de fé na Trindade Santa. Logo em seguida aconteceram os ritos do sacramento da Crisma. Com a vela entregue pelo chefe dos rituais Bororo os jovens professaram a fé, foram ungidos com óleo do Crisma e acolhidos como jovens crismados na comunidade indígena.

P1050301Após a comunhão deu-se início aos ritos do batismo de oito crianças preparadas com beleza e com pinturas. Conforme a tradição Bororo, um por um erguiam as crianças, pronunciaram o nome e apresentaram as crianças à comunidade. Seguiram os ritos litúrgicos do batismo, como unção e as promessas do batismo. Após estes ritos todos saíram do Baito em caminhada para a fonte sagrada do Córrego Grande. Lá com muito respeito, devoção e admiração, dentro do riacho as crianças foram batizadas pelo Frei Antônio Lima, fmm. Após o rito do banho batismal, mais uma caminhada até o Baito para os ritos finais do batismo, em especial a entrega da vela acesa e a benção aos pais, padrinhos e crianças. A comunidade indígena estava muito feliz e expressava sorrisos e contentamento, pois entenderam que através dos ritos se sentiram amados por Deus e animados para educar as crianças no caminho da tradição Bororo segundo os valores do Evangelho de Jesus Cristo.

A Diocese de Rondonópolis tem um trabalho específico juntos aos povos indígenas com uma missionária residente na aldeia e voluntários. As irmãs Catequistas Franciscanas mantêm um permanente trabalho missionário na aldeia Piebaga e a Paróquia São Domingo Sávio assume as diversas aldeias do Tadarimana. A aldeia Córrego Grande distante 104 quilômetros de Rondonópolis com mais de seiscentos indígenas sendo que 172 são crianças e adolescentes. Atualmente a aldeia tem uma escola de ensino fundamental e de ensino médio. A escola é diferenciada, bilíngue e o quadro de professores advém da aldeia, mas os mesmos têm qualificação e são formados em faculdades.

 

Pastoral da Comunicação (Pascom)
Diocese de Rondonópolis-Guiratinga

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