SEMANA DO MIGRANTE

cartaz semana do migranteCom o tema MIGRAÇÃO E ECOLOGIA e o lema: O grito que vem da terra! de 12 a 19 de Junho de  2016 a Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil através do Serviço Pastoral dos Migrantes realiza a 318 Semana do Migrante. Em sintonia com a Campanha da Fraternidade de 2016, “quer colaborar com a reflexão sobre os gritos da terra e nos chamar à responsabilidade para o cuidado com a casa comum e a vida que nela habita”.

O site da diocese de Rondonópolis-Guiratinga transcreve uma reflexão de dom José Ferreira Salles, CSSR, Presidente do Serviço Pastoral dos Migrantes:

“Em 2015, o Papa Francisco lançou a Carta Encíclica ‘Laudato Si’ sobre o cuidado da casa comum. O nome do documento foi inspirado na invocação de São Francisco “Louvado sejas, meu Senhor”, que no Cântico das criaturas recorda que a terra, a nossa casa comum, “se pode comparar ora a uma irmã, com quem partilhamos a existência, ora a uma boa mãe, que nos acolhe nos se braços”. Nós mesmos “somos terra” (Gen 2).

O nosso corpo é constituído pelos elementos do planeta; o seu ar nos permite respirar e a sua água nos vivifica e restaura. Porém, “a Terra, nossa casa – recorda o Papa – parece se transformar cada vez mais em um imenso depósito de ‘imundície”.

Então, inevitavelmente nos perguntamos qual a qualidade do ar, da água, dos alimentos que estamos absorvendo? E ainda: o que fazer para melhorar a nossa qualidade de vida? O que fica evidente é que a responsabilidade com a qualidade de vida em nossa casa comum é também comum a todos. Precisamos nos dar conta da íntima relação entre os pobres e a fragilidade do planeta; a convicção de que tudo no mundo está intimamente conectado; o convite a buscar outros modos de entender a economia; a grave responsabilidade da política internacional; a cultura do descarte e a proposta de um novo estilo de vida. O desafio urgente de proteger a nossa casa comum, diz Francisco, envolve a preocupação de unir toda a família humana na busca de um desenvolvimento sustentável e integral, pois sabemos que as coisas podem mudar,

“É trágico o aumento de emigrantes em fuga da miséria agravada pela degradação ambiental, que, não sendo reconhecidos como refugiados nas convenções internacionais, carregam o peso da sua vida abandonada sem qualquer tutela normativa, é preciso revigorar a- consciência de que somos uma única família humana, Não há fronteiras nem’ barreiras políticas ou sociais que permitam isolar-nos e, por isso mesmo, também não há espaço para a’ globalização da indiferença”.

Que esta Semana do Migrante nos ajude a ouvir os gritos da terra e também nos faça redescobrir o que assinala o Papa Francisco: “é preciso sentir novamente que precisamos uns dos outros. que temos uma responsabilidade para com os outros e o mundo, que vale a pena ser bons e honestos”. Neste ano extraordinário da Misericórdia, vivamos a verdadeira compaixão pelo sofrimento de todos que conosco convivem na casa comum e manifestemos em atitudes concretas de solidariedade para o resgate da vida do Planeta”.

Dom José Ferreira Salles, CSSR,
Presidente do Serviço Pastoral dos Migrantes: