CATEQUISTA, COMUNICADOR DA PALAVRA A SERVIÇO DE UMA AUTÊNTICA CULTURA DO ENCONTRO.
Desde as primeiras páginas da Bíblia, Deus comunica conosco. A Bíblia é o grande livro que nos fala de Jesus como grande comunicador do Pai. Assumiu tal realidade a partir do relacionamento criado dentro de um grupo, chamado grupo dos Apóstolos. Ele os enviou para formar comunidades vivas, apoiadas na fraternidade e no compromisso mútuo com a vida. O isolamento era concebido como falta de compaixão e de comunicação.
Ele veio ao mundo não para fazer a própria vontade, mas veio como enviado do Pai para realizar as obras de Deus, e ele foi fiel à sua missão comunicar a Vida e resgatar a humanidade e conduzi-la no reino da luz. Ser Catequista hoje significa ouvir as palavras de Jesus, e fazer a experiência de reconhecer como humano e divino. E torna-lo conhecido e amado e adorado por todos que deseja conhece-lo.
É claro a proposta de Jesus para os Apóstolos era de que eles fossem comunicadores da Palavra com a missão de atingir o coração das pessoas. Esse mandato continua na proposta da catequese da Igreja até hoje, como instrumentos que conseguem ressoar a Palavra em toda instancia. Responder os apelos de Deus aquele que envia à resgatar a vida excluídos da sociedade.
Jesus o grande comunicador, sobretudo na catequese da iniciação a Vida Cristã, torna-se indispensável o uso dos meios de Comunicação. A Igreja é chamada a preparar novos catequistas com uma formação, postura sólida da Palavra de Deus como comunicador de Vida. Habilitados e capacitados, procurando conhecer esta grande engrenagem que é o mundo da comunicação, com sua linguagem, estratégia e técnica da ação Evangelizadora.
Nas relações interpessoais da Ação Evangelizadora temos que redescobrir o valor cultural do outro, possibilitando e promovendo suas atitudes, qualidades e capacidades de se relacionar consigo mesmo, com os outros e com Deus. Assim podemos afirmar e dizer que: “Reconstruir o valor da Ação Evangelizadora com as relações interpessoais para promover seu ser significa dar uma contribuição à descoberta da relação entre o ser humano com Deus e as mediações dessa relação: Palavra – Chamado – Escuta da realidade e de Deus Pai que fez o Ser humano como obra prima. Deus na Criação é o grande comunicador da Vida em todas as dimensões”. “E Deus criou o homem à sua imagem; à imagem de Deus Ele o criou; homem e mulher Ele os criou” (Gn 1,27)
A comunicação na catequese é um elemento fundamental. Não como simples instrumento, mas como forma de linguagem, de escutar, comunicar, conhecer, respeitar o modo de ser de cada Ser existente no Planeta Terra.
O primeiro critério para você começar um processo de comunicação, é o objetivo; a comunicação se caracteriza pela intenção que se tem com o outro, e pelo resultado que se espera. O segundo é a eficácia da linguagem e o terceiro é a interação.
Deus é o primeiro comunicador: é um ser operante que nos comunica a sua vida Boa Nova. Comunica-nos a Ele mesmo por meio de Cristo que aderiu ao projeto do Pai que é a vida encarnando-se revelou-nos o grande amor por cada ser. A comunicação da Trindade se estende a todas as criaturas. O jeito e os meios de comunicação são vários. Ele fala por meios de gestos e palavras. Podemos nos perguntar: O que é Mesmo Comunicar? Comunicar é transmitir a mensagem a um receptor.
É o jeito como as pessoas se relacionam entre si, dividindo e trocando experiências, valores, conhecimentos, ideias, sentimentos, informações, modificando mutuamente a sociedade onde estão inseridas. A comunicação e uma forma de interagir com a sociedade. Evangelizar é transmitir a mensagem no contexto atual.
Desde 1983 com o Documento n. 26 da CNBB: Catequese Renovada possibilita orientações e conteúdo, a catequese no Brasil teve grande impulso e animação. Hoje a dimensão Bíblico-Catequética busca valorizar a Palavra de Deus e fazê-la ecoar, através de novos métodos e novo vigor nas pessoas, nos grupos e nas comunidades integrando Fé e Vida, e Vida e Fé entre a Palavra de Deus, as formulações da fé e as situações da vida em todos os níveis: cultural, social, econômico, político e religioso.
Hoje se fala da Iniciação à Vida cristã. Documento 97 da CNBB da Igreja do Brasil nos convoca a saímos de uma Igreja que só preparara para os sacramentos, mas para um Igreja que primeiro evangeliza e depois oferece os sacramentos que são sinais, uma forma de Deus comunicar sua Vida a nós.
A linguagem na catequese tem que favorecer uma libertação integral do ser humano. A melhor forma de entender a libertação e pela linguagem Bíblica. Os livros que a compõem são dentro da caminhada de um povo que continuamente às voltas com sofrimento e opressão. Sua linguagem é, de firmeza e desafios.
“A Bíblia fala claramente e sem rodeios; conta casos, cita provérbios, traz parábolas e histórias populares. Usa um linguajar frenético, concreto, veraz, vigoroso; não tem medo de criticar e de chorar, mas em geral provocadora e desafiadora. Provocante no sentido radical da palavra: convida a ir em frente. Fala a linguagem do Êxodo, cheia de fé e de esperança; desinstaladoura. Sua linguagem é firme, libertadora, leva adiante o projeto de Deus”. E agora, Vai! Eu te envio par libertar o meu Povo” (Ex 3,19).
Assessora, Prof. M. Aparecida Silva.
