Palavra do Bispo: “QUAL O SIGNIFICADO DA VIDA?

 

Estamos no 33º domingo do tempo comum. A cor litúrgica dos paramentos é verde, vida, alegria, esperança, renascimento.

A Palavra de Deus (Mc 13,24-32) nos desafia “a termos os olhos bem abertos e os ouvidos atentos para perceber os sinais do Reino de Deus no meio de nós”. Jesus instrui os discípulos com experiências mais complexas “os fins dos tempos quando o filho do homem virá nas nuvens com grande poder e glória”. A origem do universo, o ato criador do ser humano, a morte, o fim do mundo… são perguntas que estão na preocupação de cada um de nós.

Desde o início do cristianismo duas correntes estão presentes na vida dos cristãos a respeito do “fim dos tempos, o julgamento de Deus, a eternidade, o céu e o inferno”. De um lado a corrente do apocalipse tenebroso, com o realismo de colocar medo nas pessoas. O temor de Deus vingador, castigador, o inferno, o demônio. Este não tem sido o ensino da Igreja Católica que ensina ao cristão o fim dos tempos, o céu e inferno, mas não com medo, mas com confiança e certeza de que somos amados de Deus, mesmo sabendo que um dia será o nosso último dia.

Jesus chama alerta para sinais que o cristão deve estar atento. “Quando a figueira começa a dar folhas, flores e frutos, sabemos que estamos na primavera”. Jesus afirma que a vida não deve ser como uma figueira que não tem folhas, nem flores e não produz frutos. A vida é contínuo crescimento através de atitudes de honestidade, vida de oração, participação nos sacramentos da Igreja, na caridade, solidariedade, ética, honestidade e acima de tudo através do testemunho de seguidores de Jesus Cristo.

Jesus dá a garantia de que a sua Palavra é vida e tem poder; Em verdade vos digo: “O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não passarão”. São palavras de vida eterna que apontas para o caminho, a verdade e a vida. Palavras que impulsionam para a conversão, mudança de vida, seguimento de Jesus na comunidade cristã. Palavras que dão conforto na dor, no sofrimento e na tristeza. Palavra que dá esperança na velhice. Palavra que conforta na morte. Esta é a certeza que Jesus oferece, mesmo quando ele fala de “fim do mundo, de julgamento, de inferno e de céu”.

Os cristãos não caminham sem significado e nem sem rumo pelo mundo, no vazio da vida e nem perturbados diante da certeza que a vida é breve e que chegará o nosso último dia. O cristão carrega dentro de si a esperança que anima, faz crescer e  manter firmes diante dos desafios da vida.

Na carta aos Hebreus (10,14) São Paulo afirma que “Cristo depois de ter oferecido um sacrifício único através de sua morte e ressurreição” deixou para a humanidade o perdão dos pecados e o caminho que leva para o Pai. Quem a Ele aderir e Nele crer tem a verdadeira vida e segue o curso da vida com alegria, esperança, serviço e doação.

O livro de Daniel (12,1-3) aponta para a esperança. “Mas os que tiverem sido sábios brilharão como o firmamento e os que tiverem ensinado a muitos os caminhos da virtude brilharão como estrelas, por toda eternidade”. Duas palavras merecem destaque: sábios e virtude. A sabedoria vem de Deus, é dom do Espírito Santo. E quem tem o dom da sabedoria, pratica as virtudes, especialmente a fé, a caridade e a esperança. Ensinar o caminho da virtude através de um estilo honesto de vida. Desafio para os tempos atuais em meio ao consumismo, perda de valores, de horizontes para a vida. O testemunho, a palavra do Evangelho, o seguimento de Jesus cristo, a bondade, os gestos de partilha, de solidariedade são os caminhos para  perpassar os valores do evangelho.

Que o Sagrado Coração de Jesus, patrono da Diocese, derrame abundantes graças e bênçãos sobre cada um de nós. Saúde aos doentes, alegria aos tristes, esperança aos desanimados.

Dom Juventino Kestering

Bispo diocesano