Aldeia Córrego Grande celebra rito de batismo

 

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Na manhã do dia 15 de agosto de 2015, celebrou-se na  Aldeia Córrego Grande, Diocese de Rondonópolis-Guiratinga, o rito de batismo de quatro crianças. O pedido para que os ritos acontecessem na aldeia foi uma solicitação da própria comunidade Bororo e estiveram presentes muitas crianças, jovens, anciãos e lideranças da comunidade.

A missionária Silvia Pinheiro respeitando a cultura e o processo de enculturação fez a preparação dos pais e padrinhos com as experiências básicas da iniciação à vida cristã. Dom Juventino Kestering presidiu a celebração juntamente com Frei Antônio Lima (FMM), da paróquia de Fátima de São Lourenço, que tem o cuidado pastoral do pantanal e das aldeias indígenas de Córrego Grande, Piebaga e Perigara.

Aldeia agosto 2015 185 (Medium)O  rito iniciou com a celebração da Santa Missa no “Baito”, espaço sagrado do povo Boe Bororo. Na acolhida, Dom Juventino motivou a todos os participantes não indígenas a tocaram com a mão no solo sagrado, como já é de costume. Com a participação de duas Senhoras, Lideranças Tradicionais, fez-se o rito de aceder a luz – o fogo simboliza a união e confraternização para o Povo Boe.  E ainda, as crianças que logo mais seriam batizadas foram apresentadas pronunciando o nome e a comunidade acolhe-as com muitas palmas.

O Livro Sagrado foi entronizado por três adolescentes que estavam ritualmente adornadas. Uma  trazia um cesto típico da Cultura Bororo e outra, trazia em suas mãos um pequeno vaso de argila contendo “Joru”, que é o fogo. Ao se aproximarem do centro, uma terceira adolescente retirou da cesta muitas flores e em seguida, apresentou a Bíblia. Na sequencia a Palavra de Deus foi proclamada pelo Professor Fernando.

Após a comunhão deu-se início aos ritos do batismo das crianças. Conforme a tradição Bororo, novamente todos ergueram as crianças, Aldeia agosto 2015 199 (Medium)pronunciaram o nome e apresentaram as crianças à comunidade e seguiram os ritos litúrgicos do batismo. Após estes ritos todos saíram do “Baito” em caminhada para a fonte sagrada do Córrego Grande. Lá com muita alegria e devoção, dentro do riacho as crianças foram batizadas. Após o banho e os ritos finais do batismo Dom Juventino  deu a benção e encerrou.  Todos os participantes se confraternizaram com frutas no centro da aldeia. A alegria estava estampada nos rostos das crianças.

Participaram da celebração, além do Bispo diocesano e do Frei Lima, a missionária leiga que reside na aldeia Silvia Pinheiro e estagiária Joice Fernandes Amorim, que também é parte da Pastoral da Comunicação Diocesana (PASCOM) que registrou as imagens para o site diocesano.

A Diocese de Rondonópolis tem um trabalho específico junto aos povos indígenas com uma missionária residente na aldeia e voluntários. As irmãs Catequistas Franciscanas mantêm um permanente trabalho missionário nas aldeias. E este é o segundo ano que a diocese favorece à comunidade, a atuação de uma estagiária de psicologia, que desenvolve junto a escola um trabalho de práticas de cuidado a saúde mental, com plantão psicológico e grupos de encontros.   A aldeia Córrego Grande distante 104 quilômetros de Rondonópolis, tem aproximadamente 600 indígenas. Atualmente a aldeia tem uma escola de ensino fundamental e de ensino médio. A escola é diferenciada, bilíngüe e o quadro de professores advêm da aldeia, mas os mesmos têm qualificação e são formados em faculdades.

Pastoral da Comunicação (Pascom)
Diocese de Rondonópolis-Guiratinga

 

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