OUVIR, CAMINHAR, DOAR!

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“Se ouvires a voz do tempo, chamando sem cessar, se ouvires a voz do mundo, querendo te enganara decisão é tua…”

             O mês de agosto se chegou, veio ligeiro, junto com o vento, vem sem chuva, balançando o pensamento e provocando os sentimentos. “Tu vens, tu vens! Eu já escuto os teus sinais!”Vem desafiando a juventude, perguntando e chamando: “queres me seguir?” e o jovem responde: Quem eu? Pra fazer o quê? Onde?

O mestre responde: veja “José, Pedro, Henrique, Paulo, Abraão”, que saíram de suas terras, e estão animando comunidades, articulando pastorais, orientando pessoas, reunindo o povo para celebrar a vida! Essas pessoas, “percorreram o deserto”, fizeram a experiência da falta de pão juntamente com o povo, pois deixaram o “pão” de sua família para ser também um dentre eles na luta pelo pão de cada dia. “o pão sofrido na terra,Na mesa da refeição,O pão partido na mesa se torna. Certeza de libertação,O corpo do meu senhor é força viva de paz…”

Assim como Cristo, veio morar entre nós, e pra ficar em nosso meio quis ser pão, e transformou-se em pão, também o presbítero, deixa sua terra, deixa sua família.  De semente passa-se ser pão para alimentar os corações entristecidos, fortalecer os joelhos cambaleantes, reavivar os casais desanimados, incentivar e apontar horizontes aos jovens, alegrar todas as crianças que se aproximam.

Ser pão, é deixar-se esvaziar, é entregar-se por inteiro, é doar-se abundantemente para gerar vida e mais vida. Ser pãoalém de alimentar o corpo, propicia também a ceia do encontro, onde há partilha, perdão, acolhida, confiança, abraço, reciprocidade. Ser presbítero é deixar muito de si, para melhor viver junto com a comunidade que assume.  Há muita procura por uma palavra de um presbítero! Há uma carência de presbítero! Há muita procura pelo pão!

Há abundância de pão em alguns lugares, há falta de pão nas periferias. Em algumas regiões há maior facilidade para se encontrar pão. Nas periferias, há o pão diminuído, numa porção bem menor! O pão nas periferias, enfrenta poeira, vai de moto, de bicicleta ou muitas vezes a pé. Contudo, grande é a fome, a busca de tantas pessoas simples por esse pão que alimenta o corpo e o espírito.

Parabenizo você, que vive como presbítero e se esforça a cada dia, ser o pão de esperança para tantas pessoas que te procuram. A cada dia, em cada gesto de doação há verdadeira transformação no ser da pessoa, que se faz alimento aos mais diversos rostos que procuram.  Rostos felizes, olhares penetrantes, largos sorrisos, rostos entristecidos, olhares cheios de esperança e gratidão! Obrigada! Muito obrigada por se fazer o pão do amor, presbítero da Igreja, vida doada, testemunho de fé, presença junto às pessoas!

I. Faria