Estamos no 14ª domingo do tempo comum. Tempo de escuta dos ensinamentos do mestre Jesus. Espaço litúrgico e cor dos paramentos continuam verdes. Sinal de esperança e de vida. Há uma canção que assim canta: “Te seguirei neste caminhar, deixei pra trás a saudade de onde eu venho! Só trago um par de sandálias, e minha voz pra gritar, pois és a força que tenho para anunciar”. Chegamos ao segundo semestre do ano. O mês de julho traz uma liturgia vocacional, de confiança e despojamento.
O Evangelho (Mc 6,1-6) interage caminho, terra natal, sinagoga, acolhida, desconfiança. Jesus vai a sua terra querida: Nazaré. Interessante que Ele não vai sozinho, seus discípulos estão junto. Participa da celebração na sua comunidade. Esse é um fato relevante. Manifestar-se na comunidade de origem, participar com os familiares e o povo donde saímos. Mas veio a decepção: Jesus não teve muito apoio e acolhida em sua pátria. Seu profetismo não foi reconhecido. “Um profeta só não é estimado em sua pátria” (Mc 6,4b), Entretanto, o Evangelho de Marcos mostra que Jesus tinha uma força interior; superou a tristeza, ergueu a cabeça, continuou sua caminhada missionária, indo anunciar em outros povoados. Donde vem esta força para caminhar? O que faz a família, o pai e a mãe, o padre, a catequista, os coordenadores de pastorais, de comunidades, de movimentos seguirem à frente apesar das críticas e incompreensões? O que faz as pessoas descobrirem o valor de visitar doentes, de ajudar necessitados, de acolher os pobres, de se dedicar à recuperação de dependentes químicos, ser presença numa aldeia indígena, ir para missão, deixar terra, familiares?
Jesus tinha clareza de sua missão. Sabia que veio para todos, não somente para um pequeno grupo ou povoado. Cultivava dentro de si a sensibilidade, a ternura. Apesar da frieza em seu povoado, foi ao encontro dos enfermos, abençoando-os, fortalecendo-os com a terna energia que transmitia com suas mãos. É a certeza da presença e do chamado de Jesus.
São Paulo (2Cor 12,7-10) com sua experiência de vida, um vocacionado que saiu das trevas para a luz, agradece a Deus pela fraqueza em sua vida. Reconhece na fraqueza, a grande força que vem de Deus. Sabe da pequenez que somos, da fragilidade que carregamos em nosso ser. É alguém convicto da presença de Cristo em sua vida! Tem a certeza de que não anuncia em vão, mas anuncia Aquele o chamou, por isso, a perseguição vem pelo profetismo. “Por isso eu me alegro nas fraquezas, nas humilhações, nas necessidades, nas perseguições e nas angústias sofridas por amor a Cristo”. Deus não se alegra com o sofrimento de ninguém. Ele quer vida para todos. Mas aquele/a que se põe no caminho para seguir Jesus e anunciá-lo, necessita da força e da presença de Deus para seguir adiante, apesar de desafios e sofrimentos.
O Papa Francisco, grande profeta da Igreja. Saiu de um País inesperado da América Latina: Argentina. Conquistou o coração do povo, em especial os jovens. Na Jornada Mundial realizada No Brasil: Quanta alegria, quanta ternura… quebrou protocolos para estar mais próximo do povo. Está propondo uma evangelização do tu a tu: Ir ao encontro do outro. “Prefiro uma Igreja ferida por ter saído ao encontro do outro…” Sinta a profundidade das palavras de nosso Papa: “Seja como for, todos somos chamados a dar aos outros o testemunho explícito do amor salvífico do Senhor, que, sem olhar às nossas imperfeições, nos oferece a sua proximidade, a sua Palavra, a sua força, e dá sentido à nossa vida. O teu coração sabe que a vida não é a mesma coisa sem Ele; pois bem, aquilo que descobriste, o que te ajuda a viver e te dá esperança, isso é o que deves comunicar aos outros” (EG 121).
E nós como batizados o que temos feito para anunciar o Reino de Deus! Tenho cultivado a força interior dentro de mim, diante das angustias e decepções da vida? Obrigada pelo seu profetismo na missão em nossa Diocese.
Que o Sagrado Coração de Jesus, patrono da Diocese abençoe e proteja nossa família. Saúde aos doentes, alegria aos tristes, esperança aos desanimados. Vamos irradiar alegria e fé e fazer coisas boas.
Dom Juventino Kestering
Diocese de Rondonópolis-Guiratinga