Palavra do Bispo: “PADROEIRO DE RONDONÓPOLIS”

No dia 24 de junho a cidade de Rondonópolis lembra o padroeiro São João Batista. Durante tempo a Igreja Católica refletiu sobre a importância de um padroeiro para Rondonópolis. A cidade já caminhou por mais de 60 anos de história e neste período não se firmou com uma tradição religiosa ou um padroeiro identificador. Após consulta às paróquias, Conselho Diocesano de Leigos, comunidades, entidades civis, forças vivas da cidade, chegou-se ao consenso de que, pelas características culturais, São João Batista tem o perfil de padroeiro da cidade.

Feito os trâmites legais o assunto foi encaminhado à câmara onde o edil Olímpio Alves encabeçou propor este projeto ao parecer da Câmara. Tramitou por mais de um ano para o parecer das comissões. No dia 11 de julho o projeto foi aprovado lei nº 5.505/2008. João Batista foi declarado padroeiro da cidade de Rondonópolis, cuja festa é lembrada no dia 24 de junho.

São João foi escolhido como padroeiro por ser santo Bíblico, aceito pelas denominações religiosas e modelo de vida. Era filho de Isabel e Zacarias (Lc 1,5-25), contemporâneo de Jesus. Iniciou a sua missão de “preparar os caminhos para Jesus” com sua pregação à beira do rio Jordão. Era um homem temente a Deus e vivia no deserto. Alimentava-se com insetos, ervas e mel. Vestia-se com pele de camelo. (Lc 3,4-5). Insistia na pregação: “Fazei penitencia porque está próximo o Reino dos céus. Uma voz clama no deserto: Preparai os caminhos do Senhor, endireitai as curvas tortuosas” (Lc 3,2-3). Foi João Batista batizou Jesus nas águas do rio Jordão. João reagiu dizendo: “Eu devo ser batizado por ti e tu vens a mim! Mas Jesus respondeu: Deixa por agora, pois convém cumprir a justiça completa” (Lc 3,13-17). “Depois de mim vem Aquele que é mais forte do que eu. Eu nem sou digno de, abaixando-me, desatar a correia de suas sandálias. Eu vos batizo com água. Ele vos  batizará com o Espírito Santo” (Mc 1,7-8).

Jesus referindo-se a João Batista que estava na prisão por ordem do rei Herodes aponta para João e diz: “Que fostes ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento? Que fostes ver então? Um homem vestido com roupas luxuosas? Mas os que estão revestidos de tais roupas vivem nos palácios dos reis. Mas então o que fostes ver? Um profeta? Sim, digo-vos, mais do que um profeta. É dele que está escrito: Eis que eu envio meu mensageiro diante de ti para te preparar o caminho” (Lc 11,2-14)

O mártir da verdade. João Batista não teve medo de denunciar o rei Herodes que abandonara sua esposa e se juntara com a mulher de seu irmão. Dizia ao rei: “Não te é lícito tomá-la por esposa”. Durante uma festa de aniversário da filha de Herodíades, esta lhe pediu de presente a cabeça de João Batista. Herodes mandou soldados à prisão para decapitar João Batista. Colocaram sua cabeça num prato e apresentaram à Herodíades. Assim tombou o profeta João Batista.

A imagem de São João Batista tem a mão estendida. Aponta para a cidade convocando os cidadãos a olharem pela juventude, famílias, bem estar, progresso, acessibilidade percorrendo os caminhos da honestidade, da justiça e dos valores do Evangelho. Uma cidade, um povo, um município não pode ser regido somente por metas econômicas, mas também pelos valores, cultura, educação, tradições. E a religião tem este papel elementar na vida das pessoas. Na maioria das cidades do Brasil o dia do padroeiro é feriado, festejado, comemorado, lembrado e celebrado. O padroeiro torna-se um referencial para o convívio dos cidadãos, horizontes para crianças e adolescentes e modelo de vida para as famílias. É esse lado profético, exemplar, de um homem honesto, correto que foi declarado padroeiro. A cidade, a sociedade, juventude, trabalhadores, administradores, famílias, políticos, comerciantes, agricultores,  comunicadores, legisladores, poder judiciário, profissionais liberais e tantos outros segmentos da sociedade, independente de credo, raça ou cultura tem em João Batista esteio balizador, um profeta referencial para a busca dos valores para a vida e rumos para a sociedade.

A celebração religiosa e cultural acontece no dia 24, às 19:30horas, no templo da Paróquia São João Batista, Bairro Parque Universitário, ao lado do Oratório Dom Bosco.

 

Dom Juventino Kestering
Bispo diocesano