Estamos no 5º domingo do tempo da Páscoa. A presença de Jesus resuscitado move a comunidade e converte os corações. A cor do espaço celebrativo e dos paramentos litúrgicos é branca. É primeiro domingo do mês de maio, mês dedicado a Nossa Senhora e a oração do terço.
Na Palavra de Deus (Jo 15,1-8), Jesus se utiliza de exemplos do cotidiano para ensinar verdades profundas, como podar uma árvore, cultivar uma planta, permanecer unido ao tronco, produzir frutos. E afirma: “Eu sou a videira e meu Pai é o agricultor… todo ramos que dá fruto, ele o limpa para que produza mais fruto ainda”. A experiência de vida nos ensina. As plantas que precisam de cuidados, de adubo e de podas para produzirem frutos, do mesmo modo cada um de nós, enxertados em Cristo pelo batismo necessita de cuidados e de cultivo.
O cristão percebe no caminho de sua vida e em muitos momentos precisa ser podado, fazer renúncia para ser fiel ao compromisso assumido. É assim no casamento, na vida do padre, das religiosas, dos jovens, das crianças, dos trabalhadores, dos cidadãos. Não há crescimento humano harmonizado sem renúncia, sem processos de crescimento. Há muitas tendências, desejos, facilidades, gostos que precisamos, na hora certa, saber renunciar para seguir o caminho do bem. Quem não sabe renunciar não aprende a conviver e tem dificuldade de se estabilizar na vida e de assumir compromissos permanentes. A renúncia faz parte da vida. Quando Jesus fala de “podar, renunciar” ele está desejando o melhor para a pessoa humana. É necessário produzir frutos de alegria, de serviço, de doação, de fé, de convivência fraterna, de perdão, de aceitação, de justiça, de ética, de amor.
E Jesus continua: “Permanecei em mim e eu permanecerei em vós. Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo se não permanecer na videira, assim também vós não podereis dar frutos se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira e vós os ramos… porque sem mim nada podeis fazer”. O primeiro dom de Deus é a vida. Mas a vida é concedida para produzir frutos. E bons frutos. Como hoje a família, a sociedade, a economia, a política estão permeados de escândalos e de maus frutos. E o povo a sofrer. Aí estão os maus frutos consequentes da infidelidade, do roubo, da violência, da dependência química, do tráfico de seres humanos, de calunia, de mortes, de desuniões, de injustiças, de traições, de poluição, de mentira, de falta de fé, de revoltas, sequestros, guerras… Essa não é a vocação original do ser humano.
Jesus Cristo se encarnou, viveu, morreu e ressuscitou para dar novo sentido à vida. Um rumo e um horizonte através do Evangelho e do exemplo de sua vida. Assim cada um de nós é chamado a “permanecer unido a Jesus Cristo e produzir frutos”. Permanecer unido através do batismo, da fé, da participação na comunidade, da oração, da leitura da Palavra de Deus, da caridade, da justiça. E produzir bons frutos na família, na comunidade, nas diversas profissões. Frutos de fé, de caridade, de serviço aos irmãos, de diálogo, de perdão, de convivência fraterna.
São João (1Jo 3,18) nos instrui. “Quem guarda os meus mandamentos permanece com Deus e Deus permanece com ele. Que Ele permanece conosco sabemo-lo pelo Espírito Santo que Ele nos deu”.
Que o Sagrado Coração de Jesus, patrono da Diocese abençoe e proteja nossa família. Saúde aos doentes, alegria aos tristes, esperança aos desanimados. Vamos irradiar alegria e fé e fazer coisas boas.
Dom Juventino Kestering
Bispo da diocese de Rondonópolis-Guiratinga
