DOMINGO DE RAMOS

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Com a celebração de Domingo de Ramos a Igreja inicia a Semana Santa, muitos dizem: “a grande semana”. A celebração é marcada fortemente pela presença de ramos verdes, seja na ornamentação, como também as pessoas, tradicionalmente, costumam trazer para que sejam benzidos e depois levados para a casa. A celebração de Domingo de Ramos nos remete a entrada de Jesus em Jerusalém, onde o Senhor entra na cidade montado num jumentinho (cf. Mc 11,2). O Senhor é acolhido pelas pessoas com ramos verdes estendidos pelo caminho, sob a aclamação: “Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor! Bendito o Reino que vem, do nosso pai Davi! Hosana no mais alto dos céus!” (Mc 11,10).

            A entrada de Jesus em Jerusalém não é uma entrada de maneira militar, ou seja, como os reis da época, com muita pompa entravam em suas cidades. A entrada de Jesus em Jerusalém é da maneira do rei-messias, humilde, descrito por Zacarias: “Exulta muito, filha de Sião! Grita de alegria, filha de Jerusalém! Eis que o teu rei vem a ti: ele é justo e vitorioso, humilde, montado sobre um jumento, sobre um jumentinho, filho de jumenta. Ele anunciará a paz às nações. O seu domínio irá de mar a mar e do Rio as extremidades (Zc 9,9-10b). Jesus é mais do que o filho de Davi. Ele é o filho querido e amado do Pai.

Em Jerusalém Jesus depara com o poder religioso e político. Sob falsas alegações religiosas e políticas vem a sua condenação. É a semana do martírio do Senhor, o “Servo Sofredor”. O Pai não desejou a morte do Filho, só desejou que Jesus fosse seu Filho, pela sua fidelidade ao seu plano de amor. Jesus foi fiel a esta missão até o fim. Quem desejou e quis a morte de Jesus não foi o Pai, mas os homens que o rejeitaram.

Deus espera do ser humano a fidelidade ao seu amor. Isso significará: humildade e doação da nossa vida pelo próximo; confiança na presença de Deus no cotidiano da vida, com todas as preocupações, angustias e alegrias; ter esperança e razão para a nossa vida, num mundo, tantas vezes cercada pela violência, mas não abandonado por Deus porque ele acredita que eu e você podemos dar coisas boas à vida e ser um servidor: “O Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgata por muitos” (Mc 10,45).

            Que a entrada de Jesus em Jerusalém signifique e torne para cada pessoa uma abertura sempre maior para a humildade, a acolhida, a gratuidade, a doação, a fé, a esperança e ao amor. “Enviai o vosso Espírito da Verdade para que a sociedade se abra à aurora de um mundo justo e solidário, sinal do Reino que há de vir. Por Cristo Senhor nosso. Amém! (Oração CF 2015).

 

Pe. Nazaré Candido Paniago,

Pároco da paróquia São José do Povo.