Recentemente sai de grave momento de doença que me obrigou ficar por mais de 20 dias internado no Hospital Santa Rosa em Cuiabá, e outros vinte de repouso absoluto. Hoje com relativa capacidade de trabalho, aqui escrevendo essa matéria. Deus seja louvado pela recuperação da saúde, pelas orações de tantas pessoas e a capacidade dos médicos e da medicina.
Estamos no 2º domingo de quaresma. Tempo de caminhada com Jesus rumo à morte e ressurreição. Todos os anos a Igreja oferece aos cristãos esse tempo de reflexão, de conversão, de oração, de penitencia e de voltar-se para Jesus Cristo e para o irmão. Daí a realização da Campanha da Fraternidade durante o tempo da quaresma. No rosto de Jesus perceber o rosto do irmão e no rosto dos irmãos sofridos ver o rosto de Jesus.
Quero hoje lembrar o Dia Internacional da Mulher. Em minha mãe, já na eternidade, lembro todas as mães, todas as mulheres, em todas as mulheres o rosto feminino de Deus, presença de vida, geradoras de vida, sorriso que toca o coração e reconstrói a vida.
Nas palavras de Cora Carolina “Eu sou aquela mulher que fez a escalada da montanha da vida removendo pedras e plantando flores”. Ou na poesia de Zuleides Andrade “De onde vem esse seu jeito bonito de embalar a vida, de sorrir mansinho, cantarolar suave e ser presença querida de ternura e carinho?” Ou nas palavras “Hoje, eu quero deixar que a mulher sensível, delicada, romântica, frágil… seja vista e sentida! Quero um carinho, um abraço, um colo… Quero braços que me envolva, protejam, abriguem”.
Obrigado a todas as mulheres. Todas, independentes de raças, cultura, credo, estado civil, cor, corpo, profissão e credo religioso… mas em especial as mulheres sofridas, abandonadas, doentes, maltratadas, alquebradas, humilhadas, abandonadas, sozinhas, nos morros ou nas palafitas, na selva ou nas periferias das cidades, no campo ou nos seringais, nas aldeias indígenas, jovens ou idosas, casadas, separadas, solteiras ou religiosas. Mulheres. Mas também as mulheres que evangelizam, que estão nas pastorais, nos movimentos, nos serviços da Igreja, em especial a mulher catequista. As mulheres que doam a vida como uma vela que vai iluminado e se desgastando para abrilhantar o ambiente. Mulheres. Parabéns pelo Dia Internacional da Mulher. Deus as abençoe, proteja, guarde.
Outro momento de ação de graças quero elevar a Deus o agradecimento porque hoje completo 17 anos de consagração como bispo. Foi na manhã do dia 08 de março de 1998, na Catedral em Tubarão, SC, que assumi este ministério e ao mesmo tempo o envio para a Diocese de Rondonópolis. Assumi esta missão com a frase “Enviou-me para evangelizar”. Não fui eu que escolhi, foi um dom de Deus, um enviou da Igreja, uma missão que brota do compromisso com Jesus Cristo que nos diz: “Ide pelo mundo… eis que vos envio… vão a todos os povos”. Quando dei o meu sim, a um chamado do Papa João Paulo II, assumi o compromisso por inteiro, sem reservas. Aqui estou, aqui me entreguei nestes 17 anos, aqui minha saúde se fragilizou, aqui está todo meu ser.
Nestes anos encontrei um povo maravilhoso, homens e mulheres comprometidos com o evangelho, jovens que buscam um sentido mais profundo para a vida. E acima de tudo presbíteros dedicados que testemunham o seu ministério. Hoje com a maioria dos padres, tive a alegria de impor as mãos e enviá-los em missão. Aqui encontrei as Congregações Religiosas que nos tempos idos, nos tempos difíceis entregaram a vida. Hoje muitas delas estão alquebradas, mas plantaram as sementes do evangelho no meio do povo especialmente dos pobres, nas periferias e nas aldeias indígenas.
Obrigado Deus pelo dom da vocação, pela fidelidade de 42 anos com presbítero e destes dezessete como bispo. Obrigado Senhor Jesus pelo chamado, por todos os momentos vividos, sentidos e vivenciados. Risos e lágrimas sempre com esperança e fé. Que Deus me dê força, vida e saúde para cumprir fielmente a minha missão. Com minha bênção e abraço.
Dom Juventino Kestering
Bispo da diocese de Rondonópolis-Guiratinga
