Artigo: “Partilhar o amor: eis a nossa missão”

laci cartaz 2015

Em tempos de pós-modernidade e de tantos avanços tecnológicos vivenciamos um dilema cotidiano: estamos nos afastando cada vez mais da nossa condição humana. Aparelhos e mais aparelhos teimam em nos ditar ordens e em maior parte dos casos, as ordens são cumpridas, sem questionamentos: a cada “apito” do celular, a maioria das pessoas deixa tudo para ver a nova mensagem que chega.  Um novo tipo de escravidão que rouba o nosso tempo e  nos afasta uns dos outros. Estar conectado não significa estar junto e essa é a grande diferença: fomos criados para viver em sociedade e não apenas para estar em uma sociedade. Necessitamos de amor, de carinho, de presença do outro, de abraços e de nos sentir amados/as.

Por outro lado, percebemos a riqueza da graça de Deus em uma infinidade de espaços nos quais a partilha do amor acontece todos os dias, no entanto esses espaços não são divulgados na “rede” e por isso parece não existir.  Hoje de manhã presenciei um fato que me fez acreditar ainda mais na construção de um mundo melhor. Antes do início da missa, uma senhora de noventa e quatro anos saiu do banco em que estava, atravessou a igreja para cumprimentar outra senhora, bem idosa também: no abraço daquelas duas senhoras,  era visível a ternura e o carinho de Deus. A alegria do sorriso daquelas mulheres era contagiante e me remeteram à alegria dos discípulos de Jesus que anunciavam o reino e espalhavam a boa nova em todos os lugares.

Também nós podemos vivenciar essa alegria e espalhá-la por onde passarmos. Somos convidados/as a sair do nosso comodismo e ir ao encontro das pessoas que precisam do nosso amor, do nosso abraço, da nossa amizade. Vale a pena nos lançarmos na maravilhosa experiência da gratuidade e ouvirmos os apelos de Deus que nos convoca nessa Campanha da Fraternidade a nos colocarmos a serviço, com o lema “Eu vim para servir”(Mc 10,45).

Diante de tanta intolerância e  violência, é urgente que ouçamos o apelo de Deus e nos coloquemos a serviço. Como no caso do beija flor que ousou apagar um incêndio na floresta, se cada um de nós semear mais amor, tanto por meio virtual quanto com a nossa presença fraterna, certamente o mundo ficará melhor. Como nos alerta o Papa Francisco: é preciso ir às periferias da vida ao encontro de tantos irmãos que sofrem e ali encontraremos uma beleza indescritível da partilha do amor. Essa deve ser  a nossa missão e a nossa alegria.

Profª Laci Maria Araújo Alves

Paróquia Bom Pastor