O 1º Congresso Missionário do Mato Grosso Reflete sobre a Responsabilidade da Diocese na Missão Universal

Dioceses de MT enviarão 21 delegados para Congresso Missionário Nacional, em novembro próximo, no estado do Amazonas

Provocar a Igreja, como um todo, para um ‘estado permanente de missão’, através de ações de ‘animação missionária’ que permitam que toda ela seja missionária – tanto no âmbito de local, quanto universal. Primeiro porque a missão está no DNA e na essência de ser da Igreja, e é responsabilidade de todos os batizados e batizadas. E depois porque apenas os conselhos, grupos e organismos missionários serão incapazes de realizar tudo o trabalho necessário nesse sentido. “É impossível abraçar o mundo e fazer tudo, mas é perfeitamente possível trabalhar para que toda a Igreja seja missionária. E se nós não falarmos, não haverá que fale. Temos que provocar, colocar fogo, animar e promover a missionariedade em toda a Igreja na sua totalidade de grupos, pastorais, movimentos, serviços e organismos”, afirmou neste domingo, 24/09, o bispo diocesano de Rondonópolis-Guiratinga, Dom Maurício da Silva Jardim, presidente da Comissão Episcopal Pastoral para Animação Missionária e Cooperação Intereclesial da CNBB.
Ele foi o assessor/preletor do 1º Congresso Missionário do Regional Oeste 2 da CNBB que reuniu, em Rondonópolis (MT), 76 representantes das oito dioceses do Estado de Mato Grosso (Barra do Garças, São Luiz de Cáceres, Arquidiocese de Cuiabá, ︎Diamantino, ︎Juína, ︎Primavera do Leste-Paranatinga, ︎Rondonópolis-Guiratinga e ︎Sinop) e de alguns conselhos missionários de setores específicos da igreja como os seminaristas, a infância e a adolescência missionárias e as pontifícias obras missionárias.

NACIONAL – Preparatório para o Congresso Nacional, marcado para novembro em Manaus, o encontro em Rondonópolis abordou justamente as temáticas do chamado texto base do Congresso Nacional.
Presente as atividades do sábado, 23/09, primeiro dia efetivo de pauta do Congresso, Dom Mário Antônio da Silva, arcebispo metropolitano de Cuiabá, destacou que o primeiro desafio inegociável e entender que a Missão é a natureza da igreja: “A igreja deve ser missionária em todos os seus aspectos, âmbitos e suas ações; e a missão principal da igreja é evangelizar”, apontou. Conforme Dom Mário, independente da sua realidade e limitações, cada Diocese – chamada de igreja local – tem algo para oferecer no processo.

MISSÃO É DE DEUS – Na apresentação feita no sábado, Dom Maurício Jardim lembrou que a finalidade essencial da missão deve ser evangelizar e que ela é de Deus. “A missão não é nossa; é de Deus. Nós enquanto igreja somos cooperadores. A missão é uma questão de fé, fundada na Trindade”, observou ele, acrescentando que cada batizado e cada igreja local tem algo essencial a oferecer, quer seja rezando, contribuindo materialmente com a missão ou indo efetivamente à sua linha de frente. Nesse aspecto, Dom Mauricio lembrou o Documento de Puebla que fala em “dar da nossa pobreza. Cada um tem algo a oferecer”.

ATÉ OS CONFINS – Dom Maurício também lembrou na sua exposição, que é a partir de cada igreja local que se mostra a universalidade da Igreja e da Missão. Também que, nos dias atuais, o envio aos que não creem “pode começar do outro lado da rua. As vezes há uma escola em frente à Igreja e nós não sabemos o que se passa lá. A missão começa em cada comunidade e se expande para outras, daí além fronteira”, citou.
Segundo o bispo, o modelo de missão que se busca é a volta a origem da evangelização da igreja primitiva, prescrita no versículo oito do capítulo um do Livro dos Atos do Apóstolos: “Descerá sobre vós o Espírito Santo e vos dará força; e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia e Samaria e até os confins do mundo”.
Também, segundo Dom Maurício, trata-se de responsabilidade e compromisso que devem ser vividos por cada batizado e batizada, como ensina o Papa Francisco, “abandonando a zona de conforto e partindo para a periferia”.

CARTA COMPROMISSO – Já no domingo, após as apresentações dos ‘relatos’ das oficinas de debates, Dom Maurício provocou as lideranças missionárias a assumirem propósitos práticos como por exemplo a adoção das chamadas igrejas-irmãs. “É uma ação concreto que cada Diocese tenha uma igreja irmã para cooperar”, propôs ele, entre outras sugestões, a serem incluídas na carta compromisso a ser emitida pelo Conselho Missionário Regional, referente ao Congresso.
Também foi divulgado que as dioceses do território de Mato Grosso, que formam o Regional Oeste 2 da CNBB, deverão enviar 21 delegados para Congresso Nacional, entre os dias 10 a 15 de novembro próximo, no estado do Amazonas.

NILTON MENDONÇA

PASCOM DIOCESANA