DOM MAURÍCIO PRESIDE SUA PRIMEIRA ORDENAÇÃO PRESBITERAL; ANDRITONY ANCHIETA ADRIANO É O 29º PADRE DA DIOCESE

Quatro anos e meio após a ordenação de padre Erivelton Almeida Postil, em novembro de 2018, a Diocese de Rondonópolis-Guiratinga consagrou na última sexta-feira, 05/05, o seu 29º sacerdote, Padre Andritony Anchieta Adriano, de 32 anos, natural de Cabixi, Rondônia, que foi o primeiro padre ordenado pelo bispo dom Maurício da Silva Jardim, na função desde 23 de outubro do ano passado.
A cerimônia de ordenação aconteceu na Paróquia São José Esposo, no bairro São José II, com as presenças de padres locais e das dioceses de Cuiabá e de Primavera do Leste–Paranatinga, seminaristas, religiosas e religiosos e fiéis leigos das três dioceses, familiares e outros convidados do novo sacerdote, além de dom Derek John Christopher Byrne, bispo de Primavera do Leste–Paranatinga, que presidiu a ordenação diaconal de Andritony em 20 de maio do ano passado.

NOVA FAMÍLIA – Na mensagem de acolhida do novo presbítero, padre Arthur Moreira Brito, pároco da comunidade que sediou a ordenação, manifestou alegria pela perseverança de Andritony, que iniciou o Seminário no mesmo ano em que ele concluiu sua formação em Filosofia e Teologia. “É sempre uma alegria vermos a família crescendo. Que possamos formar essa família. Seja bem-vindo a missão, ao clero e bem-vindo ao nosso coração, conte conosco e nós estamos contando contigo”, disse Padre Arthur, convidando o novo padre a “doar a vida e o coração aos irmãos padres e bispos“, e a comunidade, em comunhão com o clero na perseverança das “orações de uns pelos outros”, dando a cada um alcançar “o fruto do Reino dos Céus”.

MUITO AMOR – Na saudação ao seu primeiro presbítero ordenado, o bispo presidente, dom Maurício Jardim, lembrou que “corpo presbiteral” da Igreja deve ser assumido na condição de uma união sacramental. “Somos poucos, precisamos nos amar muito” e estar sempre “a serviço do povo santo de Deus”.
Dom Maurício lembrou que “o ser e o fazer, são realidades inseparáveis” na caminhada do padre, e que ao receber o Sacramento da Ordem, o padre recebe uma marca definitiva. “Serás padre para sempre; é uma marca que o acompanhará até o fim da vida”.

ESCOLHA – O bispo citou ainda o Evangelho de João, capítulo 15, onde Jesus afirma que é Ele quem escolhe cada um para a missão de produzir frutos: “Ele nos amou primeiro e escolheu, mas não tirou nossa liberdade de aceitar ou não o convite e o chamado”, ensinou, admoestando o novo padre a, no ministério sacerdotal, voltar sempre a esse primeiro amor de Deus. “A vocação sacerdotal é um caso de amor que nasce da pessoa de Jesus Cristo”.
Dom Maurício lembrou ainda que o ato da prostração, diante do altar, na ordenação, é o reconhecimento da fragilidade e limitação humana que continuam após a ordenação, e que sensibiliza o coração de Deus. “Você vai continuar humano e reconhecer essa fragilidade pode ser para ti um caminho de salvação”.

APRENDER COM O POVO – Dom Mauricio Jardim pediu que Padre Andritony viva a proximidade com o povo: “Com todas as pessoas e de um modo preferencial os mais pobres e vulneráveis”, a exemplo de Jesus. Segundo ele, a proximidade com os pobres, pecadores, doentes, encarcerados, “forma o coração de pastor”, uma vez que o povo de Deus ensina e evangeliza: “No Seminário você aprendeu teorias, doutrinas, pastorais; agora você vai ter a teologia do povo, ela nos ensina. Te peço que seja próximo dos mais pobres, mas não exclua ninguém da sua vida”.
Segundo o bispo, na missão de configurado a Jesus, o padre acumula as prerrogativas de profeta, sacerdote e pastor e que a missão de ensinar, santificar e governar deve ser direcionada primeiramente a ele próprio, antes do rebanho confiado por Deus: “Procura antes de pregar aos outros, pregar a ti mesmo o Evangelho de Jesus Cristo e ser um ouvinte assíduo da Palavra. Grita o Evangelho com a própria vida e testemunho” para aqueles que, às vezes, têm dificuldade em ter acesso a palavra. A orientação, segundo Dom Maurício é “crer no que ler, ensinar o que crer e praticar o que ensina”, denunciando as injustiças e os pecados que ferem a dignidade humana da concepção até a morte natural: “Não tenha medo; Deus está contigo”.

COMUNHÃO – Concluindo sua fala, Dom Maurício lembrou ao novo presbítero que a opção por ser padre deve leva-lo a uma entrega total a Deus. “Não somos ordenados para nós mesmos ou para um pequeno grupo, mas para todos os povos de Deus e essa não é uma tarefa fácil; sacerdócio é serviço”. Também enumerou as responsabilidades essenciais na vida do padre no ministério de “santificar pelos sacramentos” do batismo, confissão, matrimônio, unção aos doentes e Consagração da Eucaristia. E cobrou publicamente do novo padre o compromisso de “comunhão com a Igreja”, o Papa, a CNBB e todas as instâncias da igreja. “O padre deve ser promotor de comunhão, diante da diversidade de carismas e ministérios”, afirmou o bispo, desejando a Andritony um “ministério fecundo e abençoado” com a intercessão da Virgem Maria e São José.

CAMINHADA – Andritony Anchieta Adriano relacionou em sua fala aos padres e bispos com os quais conviveu e as diversas comunidades onde atuou como leigo, desde a adolescência, no distrito de Planalto, no município natal de Cabixi (RO), onde aos 14 anos já era chamado para fazer homilias em celebrações da palavra e também foi catequista: “Não tinha missa todo sábado; lá o padre vinha uma vez por mês e uma vez a cada dois meses”. E lembrou também as comunidades que serviu, passando por Colorado do Oeste, onde conheceu a Renovação Carismática Católica, seguindo pelas paróquias que, já jovem estudante de engenharia, serviu em Mato Grosso. “Uma boa parte da minha formação foi na experiência que tive com essas pessoas”, disse acrescentando que em retribuição deseja, agora padre, dedicar sua vida também a essas comunidades. Além de agradecer “a única coisa que eu posso fazer é trabalhar com vocês e para vocês; eu devo ser servo de todos vocês e é isso que eu quero ser; não sou muita coisa, reconheço. Talvez Jesus poderia ter chamado uma Hilux para levá-lo, mas ele escolheu esse uninho 1.0. Peço que rezem por mim e me corrijam quando eu precisar ser corrigido. Rezem para que no final da minha vida, mesmo com as minhas fraquezas, eu possa suspirar, olhar para o céu e falar ao Pai, tudo está consumado”, pediu.

CHAMADO – Andritony também citou Santa Terezinha e São Padre Pio de Pietrelcina como fundamentais no sustento de vocação e ofereceu aos presentes, relíquias dos dois santos: “Santa Terezinha me empurrou para o Seminário e Padre Pio me segurou para não sair. Eu quero que vocês levem uma rosa, em sinal de uma graça recebida de Santa Terezinha, e um pedacinho de pano que tocou o corpo de Padre Pio”, ofereceu. Falando com sua mãe, presenta ao ato ele disse: “Nossa Senhora já me salvou muitas vezes, não é mãe? Não sei por que, mas se eu estou aqui, tem muito da intercessão dela; e por isso eu sou grato”, afirmou lembrando que muitas vezes se irritou com pessoas que atribuíam as qualidades para ser um padre. “Junto com o povo de Deus, tenho duas alegrias: a Virgem Maria e Jesus na Eucaristia”, encerrou chorando ao lembrar o encontro pessoal que teve com Jesus Cristo no evento Anuncia-me, de 2009: “Jesus falou claramente: Eu te quero para mim; era perto do meio dia”, citou indo às lágrimas e sendo aplaudido pelos muitos presentes.

Nilton Mendonça – Pascom Diocesana
Fotos: Pascom Diocesana