EPIFANIA DO SENHOR JESUS
Caríssimos irmãos, neste domingo, o primeiro domingo do ano de 2022, nós celebramos a Epifania do Senhor, e fazemos memória do momento em que os três reis magos, vindos do Oriente, encontram a família de Nazaré, o menino Jesus, Maria e José. Os magos não chegam por acaso à manjedoura, tampouco vieram sem um objetivo, Baltazar, Gaspar e Melchior, nomes que a Tradição atribui aos magos, são guiados pela Estrela e vem para adorar o menino que acabara de nascer. Trazem consigo ouro, incenso e mirra, presentes que para os Padres da Igreja reconheceram como símbolos da realeza (ouro), da divindade (incenso) e da paixão (mirra) e são o cumprimento dos oráculos messiânicos presentes em Números 24, 17; Isaias 60, 5-6 e Salmos 72, 10-15. Este relato se encontra no Evangelho escrito por São Mateus 2, 1-12, o Evangelho deste domingo.
Mas afinal de contas no que consiste a Epifania do Senhor? De fato, epifania quer dizer manifestação, revelação, de tal maneira que não são os magos do Oriente que encontram o menino Jesus, mas é o próprio Deus que revela, que mostra seu Filho unigênito aos magos. O significado primeiro é justamente este, Deus revela seu filho não só aos filhos de Israel, mas também as nações que são simbolizadas nas pessoas dos magos. Significativo é o fato de que o rei Herodes ao saber do nascimento do menino Jesus, diferentemente dos magos, ficou perturbado e interpretou o nascimento de Jesus como uma ameaça ao seu reinado. Um fato, duas visões. Os magos se alegram com notícia do nascimento do menino e oferecem seus presentes, Herodes fica perturbado com o nascimento da criança e procura descobrir onde ela está para matá-la. O que distingue um olhar do outro?
Certamente, a condição de ver aquilo que Deus revela é um Dom do Espírito Santo, assim o velho Simeão e a anciã Ana ao encontrem no Templo de Jerusalém, em meio a tantas pessoas, a família de Nazaré reconhecem, por graça de Deus, a salvação presente no Menino. Assim, também, Jesus ensinaria anos mais tarde, “Eu te louvo, ó Pai do céu e da terra, porque ocultastes estas coisas aos sábios e doutores e as revelastes aos pequeninos” (Mt 11, 25). Pequeninos são os que se fazem discípulos do Senhor, os que buscam a Deus, assim como os magos fizeram “Onde está o rei dos Judeus, que acaba de nascer? Nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo” (Mt 2, 2). Logo, pode-se compreender que a busca por Deus é fator determinante para ver a Deus. Aquele que não busca o Senhor, não conseguirá encontrá-Lo e mesmo que o encontre pode percebê-Lo como uma ameaça. Tal percepção, não raras vezes, é expressada em falas como “Por que Deus deixou isso acontecer?” ou “Por que Deus permite tanta maldade no mundo?” como se Deus fosse a origem do mal no mundo. Não o é. Deus é luz, é bondade e é amor e somente consegue perceber isso quem O busca de todo coração. Aqui podemos nos perguntar: Como está nossa busca por Deus? Já parou para pensar em como você tem buscado o Senhor?
A Epifania do Senhor quer ter um segundo significado, quer ser um encontro diário e pessoal de cada um de nós com Deus. A Epifania pode ser todos os dias de nossas vidas, pode ser hoje, pode ser agora, basta que queiramos encontrar o Senhor. Você deseja encontrar o Senhor? Se você deseja O busque, pois Deus nosso Pai, que revelou seu Filho a Israel e as nações, continua a revelá-Lo a todos os que O buscam.
Um Feliz ano novo a todos e que possamos, em todos os dias desse ano que se inicia, experimentar uma Epifania particular do nosso Deus.
Padre Marcelo Oliveira
Paróquia São Sebastião em Alto Garças-MT
