Dia da Bíblia

PALAVRA DE SALVAÇÃO 

 

Neste domingo, 27 de setembro de 2020, a Igreja recorda o dia da Bíblia. O livro da Palavra de Deus é importante para a experiência de fé, o aprofundamento dos valores cristãos em nossa vida. Mais do que conhecer a Bíblia, requer de nós uma experiência orante da Palavra que orienta a vida e os caminhos por onde andamos. A leitura da Palavra de Deus em comunidade ainda é o melhor caminho para entender a profundidade da mensagem bíblica.

Esse dia decorre no domingo mais próximo de 30 de setembro, dia de São Gerônimo. Esse santo dedicou a vida aos estudos da Sagrada Escritura e por mais de 35 anos, recluso num mosteiro, dedicou-se dia e noite à oração e ao estudo da sagrada escritura, traduzindo os escritos sagrados do aramaico, hebraico e grego para o latim. Dessa maneira, a pedido do papa Dâmaso, no século III, os Livros Sagrados foram traduzidos para o latim, língua falada por todo mundo ocidental. Esta tradução recebeu o nome de “vulgata”, ou seja, uma tradução na língua vulgar, língua que o povo falava e lia. Graças a esta tradução a bíblia tornou-se um livro divulgado e conhecido entre os cristãos. Para a maioria das línguas a bíblia já foi traduzida, assim cada povo, cultura ou raça pode ler as sagradas escrituras em sua língua original.

  É edificante e comprometida a palavra de Isaias: “Tal como a chuva e a neve caem do céu e para lá não volvem sem ter regado a terra, sem a ter fecundado, e feito germinar as plantas, sem dar o grão a semear e o pão a comer, assim acontece à palavra que minha boca profere: não volta sem ter produzido seu efeito, sem ter executado minha vontade e cumprido sua missão. (Is, 55,10-11). O Apóstolo Tiago insiste: “Tu, porém, permanece firme naquilo que aprendeste e creste. Sabes de quem aprendeste. E desde a infância conheces as Sagradas Escrituras e sabes que elas têm o condão de te proporcionar a sabedoria que conduz à salvação, pela fé em Jesus Cristo. Toda a Escritura é inspirada por Deus, e útil para ensinar, para repreender, para corrigir e para formar na justiça. Por ela, o homem de Deus se torna perfeito, capacitado para toda boa obra” (IITm 3,14-17). E a carta aos Hebreus exorta: “Porque a palavra de Deus é viva, eficaz, mais penetrante do que uma espada de dois gumes e atinge até a divisão da alma e do corpo, das juntas e medulas, e discerne os pensamentos e intenções do coração” (Heb 4,12).

O dia da Bíblia tem como objetivo despertar, promover nas pessoas, nas comunidades o conhecimento e o amor aos Livros Sagrados. É Palavra de Deus escrita, redigida sob a inspiração do Espírito Santo. Essa Palavra precisa ser lida, meditada, saboreada com fé, amor no dia a dia da vida pessoal e das comunidades cristãs. O núcleo central da Bíblia é a certeza do amor de Deus para com a humanidade que se culminou em Jesus Cristo.

A Bíblia é um conjunto de 73 livros, redigidos por autores diferentes em épocas, línguas e locais diversos, num espaço de tempo de cerca de mil e quinhentos anos. É o livro sagrado escrito para nossa vida. São Paulo nos diz: “Toda a Escritura é inspirada por Deus, e útil para ensinar, para repreender, para corrigir e para formar na justiça. Por ela, o homem de Deus se torna perfeito, capacitado para toda boa obra” (II Tim 3,16-17).

Papa Francisco recorda a “Redescoberta da Palavra de Deus na Igreja e recorda que o Concílio Vaticano II que “deu um grande impulso à redescoberta da Palavra de Deus com a Constituição Dogmática Dei Verbum”, e Bento XVI que convocou o Sínodo, em 2008, sobre o tema “A Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja” e escreveu a Exortação Apostólica Verbum Domini, que “constitui um ensinamento imprescindível para as nossas comunidades”. Nesse documento, observa, “aprofunda-se o caráter performativo da Palavra de Deus, sobretudo quando o seu caráter sacramental emerge na ação litúrgica”. “É profundo o vínculo entre a Sagrada Escritura e a fé dos crentes. Sabendo que a fé vem da escuta, e a escuta centra-se na Palavra de Cristo (cf. Rm 10, 17), daí se vê a urgência e a importância que os crentes devem dar à escuta da Palavra do Senhor, tanto na ação litúrgica, como na oração e reflexão pessoais”, exorta o Papa Francisco.

 

 

Dom Juventino Kestering

Bispo diocesano