Assunção de Nossa Senhora

ASSUNTA AOS CÉUS

Neste 3º domingo do mês de agosto, dia da Assunção de Nossa Senhora é dedicado à vocação Religiosa Consagrada. Ainda neste tempo de pandemia, solidariedade com tantos que perderam seus queridos familiares e outros tantos desempregados, outros reclusos com meses em quarentena. Na realidade há um sofrimento surdo em meio à população especialmente a mais desprovida.

Com a Assunção de Maria, mãe de Jesus, a Igreja recorda e celebra o fato ocorrido na vida de Maria de Nazaré, proclamado como dogma de fé, como uma verdade doutrinal. Assim definiu pelo Papa Pio XII em 1950 através da Constituição Apostólica Munificentissimus Deus: “A Imaculada Mãe de Deus, a sempre Virgem Maria, terminado o curso da vida terrestre foi assunta em corpo e alma à glória celestial”. A devoção a Nossa Senhora está presente na vida das pessoas e ajuda a cultivar a fé e o encontro com Jesus Cristo.

O Catecismo da Igreja Católica nos diz: ”A Assunção da Santís­sima Virgem constitui uma participação singular na Ressurreição do seu Filho e uma antecipação da Ressurreição dos demais cristãos” (966). A importância da Assunção da Virgem para nós está relacionada com a Ressurreição de Jesus Cristo e a nossa Ressurreição. O fato de que Maria esteja em corpo e alma já glorificada no Céu é a antecipação da
nossa própria Ressurreição, pois ela é um ser humano como nós. Por isso, ela é, ver­dadeiramente, causa de nossa esperança.

 No evangelho (Lc 1,39-56) Maria canta as maravilhas de Deus: “A minha alma engrandece o Senhor e meu espirito se alegra em Deus meu salvador”.  São as maravilhas que opera em favor do povo. Na humilde serva do Senhor, Deus realiza maravilhas. No Magnificat Maria sai apressadamente rumo à casa de Isabel. O papa Francisco insiste em Igreja em saída. Hoje há necessidade de pressa para evangelizar, para ir ao encontro, para se fazer proximidade, para acolher o outro especialmente os mais desvalidos e empobrecidos.

Papa Francisco ensina: “Esta oração do Magnificat é o canto de louvor a Deus que opera grandes coisas por meio das pessoas humildes, desconhecidas para o mundo, como é a própria Maria, como é o seu esposo José, e como é também o local onde vivem, Nazaré. O Magnificat canta o Deus misericordioso e fiel que cumpre o seu plano de salvação com os pequenos e os pobres, com aqueles que têm fé nele, que confiam na sua palavra como Maria. E Isabel exclamou: ‘Bem-aventurada a que acreditou’. A chegada de Jesus “por meio de Maria criou não somente um clima de alegria e de comunhão fraterna, mas também um clima de fé que leva à esperança, à oração, ao louvor”. “Tudo isto nós gostaríamos que acontecesse hoje em nossas casas. Celebrando Maria Santíssima Assunta ao Céu, gostaríamos que Ela, mais uma vez, trouxesse a nós, a nossas famílias, às nossas comunidades, o dom imenso, a graça única que devemos sempre pedir por primeiro e acima das outras graças que também estão no coração: a graça que é Jesus Cristo”, concluiu o Papa.

O canto de Maria sintetiza o grito dos que buscam o Deus da vida, Deus que desce em favor do povo e liberta, salva, reconduz.  Canto que reanima e traz esperança. Faz olhar para um novo horizonte; abrir os olhos dos que estão desanimados e caídos pela dor, doença, pobreza, falta de sentido para a vida. Canto dos que começa a cantar com lágrimas e dor no coração e terminam o canto com sorriso e braços erguidos. Canto que é canto da alma do povo

Rezemos com a Igreja: Deus eterno e todo-poderoso, que elevastes à glória do céu em corpo e alma a imaculada Virgem Maria, Mãe do vosso Filho, dai-nos viver atentos às coisas do alto, a fim de participarmos da sua glória. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Que o Sagrado Coração de Jesus, patrono da Diocese, derrame abundantes graças e bênçãos sobre cada um de nós. Saúde aos doentes, alegria aos tristes, esperança aos desanimados.

 

Dom Juventino Kestering

Bispo da diocese de Rondonópolis-Guiratinga