Vocação Chamado Dom Resposta

Estamos no 18° domingo do tempo comum. Cor verde prevalece no espaço celebrativo. É primeiro domingo de agosto. Esse mês, para a Igreja no Brasil é dedicado à reflexão e oração pelas vocações. As comunidades são chamadas a aprofundarem sobre a forma como estão cultivando as vocações. O mês vocacional “é tempo propício para uma reflexão aprofundada, sobre a realidade da proposta vocacional que nós temos no Brasil”.

As celebrações, em decorrência Covid19 ainda são restritas a 30% da capacidade de participação do templo. Mais de noventa mil vidas ceifadas. Ainda um longo caminho a percorrer para superar este desafio o que requer cuidado e prevenção. Nossa solidariedade com tantas famílias que enfrentam a consequência do vírus, o desemprego e orações por aquelas famílias que perderem um ente querido.

A Palavra de Deus (Mt 14,13-21) introduz a reflexão da vocação como serviço.

“Quando soube da morte de João Batista, Jesus partiu, e foi de barca para um lugar deserto e afastado. Mas, quando as multidões ficaram sabendo disso, saíram das cidades, e o seguiram a pé. Ao sair da barca, Jesus viu grande multidão. Teve compaixão deles, e curou os que estavam doentes. Ao entardecer, os discípulos chegaram perto de Jesus, e disseram: “Este lugar é deserto, e a hora já vai adiantada. Despede as multidões, para que possam ir aos povoados comprar alguma coisa para comer.” Mas Jesus lhes disse: “Eles não precisam ir embora. Vocês é que têm de lhes dar de comer”. Os discípulos responderam: “SÓ temos aqui cinco pães e dois peixes”. Jesus disse: “Tragam isso aqui”. Jesus mandou que as multidões se sentassem na grama. Depois pegou os cinco pães e os dois peixes, ergueu os olhos para o céu, pronunciou a bênção, partiu os pães, e os deu aos discípulos; os discípulos distribuíram às multidões”.

“Eles não precisam ir embora”. Jesus nos dá uma lição de solidariedade humana, quando rejeitou a ideia dos seus discípulos para que “despedisse as multidões”. Quantas vezes nós queremos nos ver livres dos problemas e “despedimos” as pessoas porque elas são empecilhos à missão. As pessoas vêm famintas e necessitam da nossa ajuda e nós fazemos vista grossa às suas dificuldades, achando que não somos capazes de ajudá-las porque temos pouco tempo ou porque nos achamos limitados. Jesus diz hoje a nós também: “Eles não precisam ir embora. Dai-lhes vós mesmos de comer”. Jesus manda sentar para que podermos parar e refletir sobre a vida, partilhando e dividindo com as pessoas os planos e sonhos. Há muita relva, espaço, ocasião, oportunidade para podermos descobrir os dons, talentos, aptidões, riquezas e bens espirituais, que são os cinco pães e dois peixes.

O profeta Isaias (55-1-3) exorta e anima: “Todos vós, que estais sedentos, vinde à nascente das águas; vinde comer, vós que não tendes alimento. Vinde comprar trigo sem dinheiro, vinho e leite sem pagar! Por que despender vosso dinheiro naquilo que não alimenta, e o produto de vosso trabalho naquilo que não sacia? Se me ouvis, comereis excelentes manjares, uma suculenta comida fará vossas delícias. Prestai-me atenção, e vinde a mim; escutai, e vossa alma viverá: quero concluir convosco uma eterna aliança, outorgando-vos os favores prometidos a Davi”.

Com no deserto da rocha brotou água, como Jacó construiu um poço em Sicar, assim Jesus é o poço que sacia a sede, Jesus e o alimento que sustenta, reergue, consola, anima.

Somos chamados à vida e à missão. Este mês convoca a todos para que reflitam sobre a missão na vida da família, da comunidade e da sociedade. A primeira semana do mês é dedicada à vocação para os ministérios ordenados; a segunda, à vocação para a vida em família; a terceira, à vocação para a vida consagrada; e a última semana do mês, à vocação para os ministérios e serviços na comunidade.

A vocação é chamado e convocação endereçada à minha pessoa, a partir da pessoa de Jesus Cristo, convocando-me a uma ligação própria e única com Ele, a segui-lo. Vocação significa que anterior a nós há um chamado, uma escolha pessoal que vem de Jesus Cristo a quem seguimos com empenho. É uma semente divina ligada a um sim humano. São ministros ordenados os diáconos, presbíteros e bispos. Cada um deles tem uma missão específica. Deus os escolheu, no amor, para a missão de anunciar a todos a Boa Nova dedicando sua vida, suas energias e suas forças físicas e espirituais em vista do Reino de Deus. Neste dia queremos oferecer a prece e louvor por todos os ministros ordenados da Igreja. “Os consagrados fazem da pobreza um modo de viver a partilha; da castidade uma maneira de viver o amor indiviso dedicado a Deus e ao próximo; e da obediência vivida na liberdade, uma possibilidade de diálogo em vista do que é essencial: o anúncio do Reino e o testemunho de Cristo“. O matrimônio une o casal vinculado e abençoado pelos laços do amor. A família é colaboradora de Deus.

Rezemos com a Igreja: Manifestai, ó Deus, vossa inesgo­tável bondade para com os filhos e filhas que vos imploram e se gloriam de vos ter como criador e guia, restaurando para eles a vossa criação e conservando-a renovada. Por nosso Senhor Jesus Cristo…

Que o Sagrado Coração de Jesus, patrono da Diocese, derrame abundantes graças e bênçãos sobre cada um de vós. Saúde aos doentes, alegria aos tristes, esperança aos desanimados.

 

Dom Juventino Kestering

Bispo diocesano