ELE DOOU A VIDA PELA NOSSA SALVAÇÃO

 

Na sexta-feira santa dia 10 de abril, Jesus doa sua vida como amor total. Entregou a vida para que tivéssemos vida. Porém a morte não é a última palavra. Ela é passagem para renascer. A semente que cai na terra morre para que possa germinar e dar muitos frutos. A sexta-feira santa é dia da solidariedade com os crucificados do mundo. São milhões de pessoas que carregam a dura cruz da fome, da doença, da miséria, do abandono, dos vícios, do desemprego, da falta de saneamento, e desrespeito à Casa Comum e falta de cuidado com as pessoas. Outros carregam a cruz da falta de sentido para a vida, do vazio existencial, da solidão, do abandono, da falta de amor. O silencio, jejum e solidariedade com os que sofrem impulsionam para ir até um templo, entrar no íntimo do coração e reconhecer os pecados e iniciar nova vida.

Neste ano a Paixão de Jesus está inserida no contexto da dor e da incerteza que a humanidade passa em decorrência do coronavirus. As celebrações não são presenciais. Mesmo assim os cristãos são chamados a viver profundamente o mistério da morte Jesus na cruz com a leitura da paixão de morte de Jesus, com o rito de beijar a cruz em sua casa, também participar através dos vários meios de comunicação.

Sexta-feira Santa é dia marcado pelo silêncio, jejum, abstinência de carne pois Jesus, após sua prisão, foi interrogado e torturado e condenado. É dia para colocar-se diante da cruz e rever a vida.

Em nenhuma Igreja do mundo celebra-se a Missa, pois o sacrifício redentor foi realizado por Jesus na Cruz. A Ação Litúrgica da Paixão de Cristo inicia em torno das 15 horas, horário em que, segundo o relato da Bíblia, Jesus morreu. Os ritos realizam-se realiza-se em vários partes.

– O rito inicial com a prostração do padre celebrante

– Proclamação da Palavra com a leitura da Paixão de Jesus segundo São João;

– Oração universal. Convite da Igreja para orar para as intenções da humanidade, uma vez que Jesus morreu pela salvação de todos os povos, raças e culturas.

– Veneração e o beijo da cruz;

– Distribuição da comunhão eucarística. Após esses ritos realiza-se a procissão com o Senhor Morto.

Seria o dia da coleta em favor dos lugares santos. Essa coleta tem como finalidade fazer um fundo com o objetivo de preservar os lugares santos em Jerusalém e outras cidades em Israel. Lugares onde Jesus viveu. Foi transferida para o segundo domingo do mês de setembro, próximo ao dia da exaltação da Santa Cruz.

O jejum e abstinência, conforme o cânon 1252 diz que estão convidados ao jejum todos os maiores de idade, quem completou 18 anos até os 60 anos. O importante é criar hábitos de solidariedade com os que sofrem. Hábitos que formam o autodomínio sadio para convivência harmoniosa na família e na sociedade.

Ao olhar para o rosto de Jesus pregado na cruz, possamos também ver o rosto dos irmãos que sofrem. Olhar para a cruz, mas olhar para o irmão, essa é a profundidade da espiritualidade deste dia. Ao olhar para a cruz experimentamos o amor total de Deus em favor da humanidade e de cada um de nós.

 

 

Juventino Kestering

Bispo diocesano