Presbíteros em Retiro

 “A alegria do sacerdote está relacionada com o povo fiel e santo de Deus, porque se trata de uma alegria missionária. Alegria que flui quando o pastor está no meio do seu rebanho, é uma “alegria guardada” por este mesmo rebanho”. Com estas palavras do Papa Francisco os presbíteros da diocese de Rondonópolis-Guiratinga, se reuniram, nos dias 02 a 05 de março de 2020, em Fatima de São Lourenço, para o retiro anual. Como faz parte da história, na primeira semana da quaresma os presbíteros se abastecem para bem poderem viver a quaresma e doar a vida com alegria em favor do Povo de Deus. Como o orientador Dom Genival Saraiva de França – Bipo emérito de Palmares-PE, sofreu um acidente doméstico e não pode assumir o compromisso, o retiro foi assumido entre os presbíteros.

Na tarde do dia 02 de março, depois da acolhida, organização e oração da Hora Média, dom Juventino encaminhou a reflexão com base no Livro “A espiritualidade do Presbítero diocesano”, organizado pro Dom Edson Damian, bispo de São Gabriel da Cachoeira, como inspiração do Evangelho Lc 10, 17-24. “A redescoberta da alegria, no seguimento de Jesus, é um valor que merece ser sempre buscado. “A alegria do Evangelho é tal que nada nem ninguém no-la poderá tirar” (cf. Jo 16.22). Os males do nosso mundo, e os da Igreja, não deveriam servir como desculpa para reduzir a nossa entrega e o nosso ardor. Vejamo-los como desafios para crescer… A nossa fé é desafiada a entrever o vinho em que a água pode ser transformada, e a descobrir o trigo que cresce no meio do joio”. Insistiu também na necessidade de superar o medo, a fuga e a impaciência. Insistiu também na virtude a ser buscada: “tornar nossa vida de presbítero um lugar de beleza, de motivação, de avançar. Ser um cuidador do Povo de Deus confiado pelo bispo e (não só a porção do povo que eu conquistei, do meu grupo, da minha viagem, do meu movimento), mas Presbíteros colaboradores, animados e não criadores de problemas”. No horário noturno os presbíteros rezaram a via-sacra conforme a indicação da Campanha da Fraternidade.

No dia 3 de março, após as orações das Laudes, Pe Arthur Brito, representante dos presbíteros encaminhou as duas meditações com enfoque no Evangelho de Mc 3, 3-19): o chamado dos apóstolos: “Então constituiu doze, para estarem com ele”, Jesus elegeu cada um pelo nome para ser seu amigo e com ele partilhar Sua vida. Porém, fez o mesmo chamado a doze homens, e formou um grupo de amigos. Cada um veio de uma experiência diferente, contexto familiar, cultural, mas todos recebem o mesmo chamado: “para estar com Ele”.

            Na parte da tarde fundamentou a meditação em “Chamou os doze que Ele mesmo quis, e foram até ele O chamado dos apóstolos expressa um desejo pessoal de Jesus, ter amigos com quem partilhar o que é seu. Os escolhidos, não são seletos em dons e virtudes, nem são os melhores, mas é desejo de Jesus fazer deles seus amigos. Podemos confirmar esse desejo de Jesus em Jo 15,15 “Já não vos chamo servos; (..) Eu vos chamo amigos”, e nos apresenta sua motivação: “por que o servo não sabe o que faz o seu senhor”, Ele dá a seus amigos o que há de mais profundo em si “porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai”. Este texto de João se encontra no contexto da Verdadeira videira, revelando a seus discípulos que para dar fruto, o ramo precisa estar ligado à videira, e a amizade é a fonte dessa união. No final da manhã, reunidos na capela para momento síntese, oração, silencia. À noite os presbíteros fizeram a experiência da Adoração ao Santíssimo: o confronto ada vida do presbíteros com Jesus no silencio da eucaristia e no compromisso com a vida.

              Já no dia 04, Pe Gunther Lembradl conduziu duas reflexões com base na experiência de Deus. Como passa do conhecimento, das informações, para uma verdadeira experiência de Deus, não como um momento, mas como algo presente na vida. Na tarde deste, dia os presbíteros participaram da oração penitencial conforme proposta da Campanha da Fraternidade e tiveram um longo tempo para a confissão entre os irmãos. No final da tarde os presbíteros de Rondonópolis Guiratinga e os presbíteros da diocese de Coxim participaram da celebração da eucaristia presidida por dom Antonino Miliori, bispo de Coxim, isto por que em casa diferentes, mas na mesma data ambas as dioceses participaram do retiro. Já à noite deste dia os presbíteros participaram da oração do terço mariano.

               No dia 05, após as Laudes, novamente dom Juventino encaminhou a meditação com inspiração do livro Elogio da Sede” do Cardeal José Tolentino Mendonça. Entre diversos texto destacou: “A dor da nossa sede. Não é fácil reconhecer que se tem sede. Porque a sede é uma dor que se descobre pouco a pouco dentro de nós por detrás das habituais defensivas, imune ou idealizadas; é uma dor antiga que, sem percebermos bem como encontramos reavivada, tememos que nos enfraqueça; são feridas que nos custam encarar, quanto mais aceitar na confiança. Em muitas ocasiões, a sede colada à nossa garganta lembra o punhal de Abraão encostado à garganta de Isaac. E não é uma posição muito cômoda, convenhamos. Várias são as passagens da Bíblia que vão nessa linha, onde a sede nada tem de simbólico ou de inspirador. A sede é só sede: uma dura experiência de sacrifício e de prova. É assim que ela é descrita, por exemplo, em Êxodo 17,1-4: ou idealizadas; é uma dor antiga que, sem percebermos bem como encontramos reavivada, tememos que nos enfraqueça; são feridas que nos custam encarar, quanto mais aceitar na confiança” E ainda insistiu: . Sede, buscar a fonte. Superar a desidratação da vida, do ministério. Aceitar as feridas com confiança. Jesus assume a nossa condição. O Pai percebe que aquele filho gastou tudo de maneira mais errada. E, contudo abraça tudo e tudo cobre com seu amor. Passar da vida atonal (sem um tom certo), sem apetite, para uma vida em busca, em caminho, abertura para deus, para o outro, para a vida, o presbitério, a diocesaneidade. Talvez nós, cristãos, e em particular nós, pastores, precisemos valorizar mais a espiritualidade da sede”.

               Após esta reflexão dom Juventino sugeriu que os presbíteros conforme afinidade conversasse durante uma hora, dois a dois para revelar o coração, buscar ajuda, ajudar ao povo que é Jesus e assim se ajudarem mutuamente;

Com a celebração da eucaristia presidida por dom Juventino, no final da manhã deu-se por encerrado o Retiro com o firme proposito de assumir a vida com mais cuidado, usar a misericórdia neste tempo de quaresma, acolher os cristãos, e ajudar o povo a celebrar a conversão e a Páscoa do Senhor.

 

Pastoral da Comunicação – Pascom

Diocese de Rondonópolis Guiratinga.

 

 

 

 

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