Imaculada Conceição

No dia 08 de dezembro de 2019 a Igreja celebra a festa da Imaculada Conceição da Virgem MARIA. “O dogma da Imaculada Conceição, proclamado em 8 de dezembro de 1854 por Pio IX com a Bula “Ineffabilis Deus”, declara a santidade da Virgem Santa Maria desde o primeiro momento da sua existência, desde a sua Conceição, ou seja, que ela foi preservada desde sempre da mácula do pecado original, no qual nascem todos os filhos de Adão. Enquanto estes estão privados da graça divina, a Virgem Maria foi toda pura, santa e imaculada desde o início da sua vida”

O Prefácio da missa assim reza: “Na verdade, é justo e necessário, é nosso dever e salvação dar-vos graças, sempre e em todo o lugar, Senhor, Pai Santo, Deus eterno e todo- poderoso. A fim de preparar para o vosso Filho mãe que fosse digna dele, preservastes a Virgem Maria da mancha do pecado original, enriquecendo-a com a plenitude de vossa graça. Nela nos destes as primícias da Igreja, esposa de Cristo, sem ruga e sem mancha, resplandecente de beleza. Puríssima, na verdade, devia ser a Virgem que nos daria o Salvador, o Cordeiro sem mancha, que tira nossos pecados. Escolhida entre todas as mulheres, modelo de santidade e advogada nossa, ela intervém constantemente em favor de vosso povo”.

A Palavra de Deus (Lc 1,26-38) centraliza a reflexão em torna de Maria, mãe de Jesus. O anjo do Senhor vem ao encontro de Maria: “Ave cheia de graça, o Senhor está contigo”. E “Maria ficou perturbada com essas palavras e começou e pensar qual seria o significado da saudação”. Sim, nem sempre os nossos planos são os planos de Deus. É preciso estar aberto à vontade de Deus. E Deus nunca nos engana. Ele sempre quer o bem. E o anjo lhe diz: “Não tenhas medo, Maria, porque encontraste graça diante de Deus”. Esta é a certeza que Deus nos concede. Não há porque temer quando Deus chama para a missão. Uma missão nunca é maior do que a nossa capacidade de realizá-la. E Maria percebendo Deus que a chamava, estabeleceu um diálogo com o anjo. E este diálogo termina com as palavras: “porque para Deus nada é impossível“. Sim, que beleza de palavras. Nada para Deus é impossível, porque Ele nos ama e nos dotou de capacidade, de inteligência, de criatividade para discernirmos os caminhos. Então Maria disse: “Eis a serva do Senhor, faça-se e mim segundo a tua palavra”. Esta é a atitude de quem abre seu coração para Deus, para os irmãos, para vida solidária e o serviço à sociedade. “Eis-me aqui”. Essa expressão revela a gratuidade de vida, do serviço e da missão. Há pessoas que nunca tem tempo para os outros. Sempre estão ocupadas em torno e si mesmas. Maria é exemplo de gratuidade, de serviço, de disponibilidade a Deus e aos irmãos. Assim como revelou a Maria, Deus quer revelar-nos aquilo que Ele pensou para cada um de nós. Quer dar-nos a conhecer a nossa verdadeira identidade. É como se dissesse: “Queres que eu faça de ti e da tua vida uma obra-prima? Então segue o caminho que te indico e serás aquele que, desde sempre, está no meu coração. De facto, eu pensei em ti e amei-te, pronunciei o teu nome desde toda a eternidade. Indicando-te a minha vontade revelo-te o teu verdadeiro eu”. 

Maria esteve presente na anunciação quando concebeu o Filho Unigênitos de Deus, esteve presente em Belém quando gerou o Filho de Deus; esteve presente nas bodas de Caná quando Jesus realizou o seu primeiro milagre; esteve presente aos pés da

Cruz quando o Filho de Deus realiza a obra da redenção e entrega sua vida pela salvação da humanidade; Maria este presente no dia de Pentecostes, na Igreja nascente, impulsionada pelo Espírito Santo.

Papa Francisco ensina: “Às vezes, esquecemo-nos de que a nossa fé é concreta: o Verbo se fez carne, não se fez ideia: tornou-se carne. Quando rezamos o Credo dizemos coisas concretas: Creio em Deus Pai que fez o céu e a terra, creio em Jesus Cristo que nasceu, que morreu… São coisas concretas. O Credo não diz: Creio que devo fazer isso, que devo fazer aquilo ou que as coisas são para isso…’Não! São coisas concretas. A concretude da fé que leva à franqueza, ao testemunho até o martírio, não faz pactos ou idealização da fé”.

Hoje também é o segundo domingo do advento. A cor litúrgica é roxa. Tempo de expectativas, de esperança e de preparação para o Natal. Esse tempo indica a espiritualidade que brota da esperança e da certeza de que somos amados por Deus. Somos merecedores do amor de Deus que enviou seu Filho Jesus ao mundo para ser o salvador. Ele se encarnou no seio da Virgem Maria e se fez homem, nascendo no meio de nós.

Oração da Campanha da Evangelização. (Coleta no dia 14 e 15 de dezembro) “Dá-nos assumir, na força da fé, a corresponsabilidade na evangelização e na construção de um mundo sustentável e justo, para todos, no seguimento de Jesus, com a Alegria do Evangelho e com a opção pelos pobres e necessitados”. Amém!

Neste ano a Campanha em Favor da Evangelização tem como tema: “Eu cuido do anúncio da Palavra, dos pobres e da comunidade” e o lema: “Cuida dele” (Lc 10,35). Com o objetivo de motivar os fiéis a participarem da missão da Igreja por meio do testemunho de vida, de ações pastorais específicas e da garantia de recursos para a ação pastoral, a Campanha para a Evangelização completa 21 anos em 2019. Aprovada pela 35ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em 1997, ela foi realizada pela primeira vez no advento de 1998.

Que o Sagrado Coração de Jesus, patrono da Diocese, derrame abundantes graças e bênçãos sobre cada um de nós. Saúde aos doentes, alegria aos tristes, esperança aos desanimados.

 

Dom Juventino Kestering

Bispo diocesano