Mês Missionário e Sínodo sobre a Igreja na Amazônia

Outubro, mês extraordinário de missão. O Papa Francisco propos o tema: Igreja, tu és missão! E propõe como lema: Batizados e enviados: a Igreja de Cristo em missão no mundo; “Sereis minhas testemunhas… até os confins da terra” (At 1,8).

 

O Papa pede “que o Mês Missionário Extraordinário se torne uma ocasião de graça intensa e fecunda para promover iniciativas e intensifica a reflexão bíblica e teológica sobre a missão”. Em sua carta, o Papa orienta a sensibilização do Povo de Deus, das Dioceses, dos religiosos e religiosas, bem como das associações, movimentos, comunidades, de cada cristão que o: Mês Missionário Extraordinário se torne uma ocasião de graça intensa e fecunda para promover iniciativas e intensificar de modo particular a oração, o anúncio do Evangelho, a reflexão bíblica e teológica sobre a missão, as obras de caridade cristã e as ações concretas de colaboração e solidariedade entre as Igrejas, de modo que se desperte e jamais nos seja roubado o entusiasmo missionário”.

Hoje se realiza em Roma a abertura do Sínodo que ser de 06 a 27 de outubro de 2019, sobre a Igreja na Amazônia com o tema:Novos caminhos para a Igreja e para a Ecologia Integral”. Somos Igreja da Amazônia. Igreja missionária, queremos ser igreja Irmã com solidariedade e missão. Hoje inicia em Roma o Sínodo. Elevemos a Deus as preces pelo bom êxito do Sínodo. Por convocação do Papa, nosso bispo dom Juventino está presente no Sínodo em Roma.

AUMENTA A NOSSA FÉ

 

Estamos no 27º domingo do Tempo Comum. A cor do espaço celebrativo e dos paramentos litúrgicos é verde. Sinal de esperança, de recriar a vida nova em Jesus Cristo. Início de outubro, mês dedicado às missões. A Igreja por sua natureza é missionária, pois ela nasceu de um envio missionário: “Ide por todo mundo e anunciai o Evangelho a todas as criaturas” (Mt, 28,19).

Outubro é o Mês das Missões, um período de intensificação das iniciativas de animação e cooperação missionária em todo o mundo. O objetivo é sensibilizar, despertar vocações missionárias, as práticas missionárias entre os cristãos e realizar a Coleta no Dia Mundial das Missões, conforme instituído pelo papa Pio XI em 1926. “Batizados e enviados: a Igreja de Cristo em missão no mundo” É o tema.

A Palavra de Deus proposta para a reflexão neste final de semana é de (Lc 17,5-10).  É um ensino dirigido diretamente aos Apóstolos. Jesus caminhava com eles. Os apóstolos percebiam os gestos, atitudes, palavras de Jesus. Num certo momento disseram: “Aumenta a nossa fé”. Nem sempre os apóstolos e os seguidores de Jesus entendiam a profundidade do seguimento. Eles tinham fé em Jesus Cristo, acreditavam que era o filho de Deus, mas seu coração, sua mente e suas convicções ainda não estavam clareados. Os apóstolos ficaram desanimados e até desiludidos diante da exigência de seguir Jesus, mas tiveram a simplicidade de dizer: “Aumenta a nossa fé”. Jesus lhes diz que o importante é a fé. Não importa o tamanho. A fé pode ser pequena como uma minúscula semente, mas ela tem vida, deve ser cultivada, cuidada para que germine, cresça e produza frutos.

A fé, por menor que seja, pode realizar maravilhas. “Pode até ser do tamanho de uma semente de mostarda”. Viver a fé nos tempos atuais é desafio para todos nós. Somos senhores de muitos poderes e de nós mesmos. A fé é muito mais do que uma boa obra ou uma dimensão psicológica de nossa existência. “É um colocar em Deus, que é amor que nos redime e nos impulsiona a viver na integridade das relações. Fé não é questão de quantidade, mas de qualidade”.

O Papa Francisco assim nos instrui: “Não tenhamos medo de passar a porta da fé em Jesus. É preciso testemunhar a fé com caridade e justiça”. E ser cristão, segundo o Papa Francisco, é testemunhar a fé na oração, nas obras de caridade, na promoção da justiça, em fazer o bem. Pela porta que é Jesus deve passar toda a nossa vida. O Papa continua na carta: “A fé em Jesus Cristo, a verdadeira “testemunha fiável” que revela como é Deus e que nos ajuda a vê-lo do modo que ele mesmo via, como Pai. Mas a fé não é apenas um conhecimento, “é um dom gratuito de Deus que exige a humildade e o valor fiar e confiar, para poder ver o caminho luminoso do encontro entre Deus e os homens, a história da salvação”. A fé não é um conjunto de conceitos e de verdades, mas uma relação com Deus que se traduz em frutos de partilha, de justiça, de vida.

O Evangelho nos indica que um fruto da fé é o serviço. O cristão deve alimentar continuamente a sua fé para não desanimar. Essa é uma das questões que atinge os adultos, jovens e até crianças: O desânimo na fé. No mundo da materialidade, das coisas, do toque, da satisfação, por vezes a fé passa a ser algo distante da vida. Daí acontece um hiato entre a fé e a vida.

Papa Francisco ensina: “Confessar um Pai que ama infinitamente cada ser humano implica descobrir que «assim lhe confere uma dignidade infinita». Confessar que o Filho de Deus assumiu a nossa carne humana significa que cada pessoa humana foi elevada até ao próprio coração de Deus. Confessar que Jesus deu o seu sangue por nós impede-nos de ter qualquer dúvida acerca do amor sem limites que enobrece todo o ser humano. A sua redenção tem um sentido social, porque «Deus, em Cristo, não redime somente a pessoa individual, mas também as relações sociais entre os homens». Confessar que o Espírito Santo atua em todos implica reconhecer que Ele procura permear toda a situação humana e todos os vínculos sociais: «O Espírito Santo possui uma inventiva infinita, própria da mente divina, que sabe prover a desfazer os nós das vicissitudes humanas mais complexas e impenetráveis” (GE 178)

O cristão deve dar testemunho de Jesus Cristo e guardar o depósito da fé. (2Tm 1,6-14). “Exorto-te a reavivar a chama do dom de Deus que recebestes pela imposição das minhas mãos”. Essa “chama do dom de Deus”, todos nós a recebemos no dia de nosso batismo.  E São Paulo ainda insiste: “Toma por modelo as sãs palavras que de mim ouviste, com fé e com amor que está em Cristo Jesus. Guarda o bom depósito, por meio do Espírito Santo que habita em nós”. O cristão precisa ser firme, constante e não olhar só para interesses pessoais. “Não se envergonhe de dar testemunho de nosso Senhor, nem de mim, seu prisioneiro”.

Rezemos com a Igreja: “Ó Deus eterno e todo-poderoso, que nos concedeis no vosso imenso amor de Pai mais do que merecemos e pedimos, derramai sobre nós a vossa misericórdia, perdoando o que nos pesa na consciência e dando-nos mais do que ousamos pedir. Por nosso Senhor Jesus Cristo, na unidade do Espírito Santo”.

Ó Pai de misericórdia, que criaste o mundo e o confiaste aos seres humanos. Guia-nos com teu Espírito para que, como Igreja missionária de Jesus, pois somos “Batizados e enviados: a Igreja de Cristo em missão no mundo”. Que sejamos evangelizadores. Maria, Mãe Protetora, inspira-nos nessa missão. Amém.

Que o Sagrado Coração de Jesus, patrono da Diocese, derrame abundantes graças e bênçãos sobre cada um de nós. Saúde aos doentes, alegria aos tristes, esperança aos desanimados.

 

Dom Juventino Kestering

Bispo diocesano.