Tu és o Cristo

JESUS É O SENHOR 

 

Estamos no 12º domingo do tempo comum. O espaço celebrativo e a cor litúrgica são verdes, sinal da esperança, tempo da missão dos discípulos seguidores de Jesus Cristo.

A palavra de Deus (Lc 9,18-24) trata de temas significativos para a caminha do cristão: O seguimento de Jesus, o encontro, a qualidade da fé e a renúncia. Depois de horas em oração, Jesus aproxima-se dos discípulos e lhes pergunta “Quem dizem que eu sou”. Os apóstolos deram respostas evasivas, com opiniões e comentários que os outros diziam e falavam. Mas Jesus não queria saber o que os outros estavam falando e por isso perguntou diretamente: “E vós, quem dizei que eu sou”? Essa pergunta tocou o coração dos apóstolos. Depois de um tempo de silencio, Pedro tomou a Palavra e disse: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus”.

No momento a Igreja retoma a iniciação à vida cristã. Mais do que um ensinamento sobre Jesus Cristo é a vivencia da experiência do encontro com Jesus Cristo. Quem se encontra com Jesus Cristo vai a busca do irmão e se insere na comunidade. Foi o que fez Jesus quando Pedro disse: “tu és o Cristo, Filho de Deus”. Fazer o encontro com Jesus Cristo é senti-lo bem perto e nele depositar a fé, a confiança e a vida. Mas quem se encontra com Jesus Cristo quer irradiar esta experiência e a comunica aos irmãos. Daí brota a dimensão missionária da fé. A experiência do encontro com Jesus Cristo incide no modo de viver, nas relações de trabalho, na vida familiar, na ética, na justiça e na construção da sociedade fraterna e socialmente honesta.

No momento atual da

A experiência do encontro com Jesus aponta para compromissos. Jesus diz: “Se alguém quer vir após mim, renuncia-se a si mesmo, tome a cruz de cada dia e me siga. Porque quem quiser salvar a sua vida vai perdê-la, mas quem doar a sua vida por amor de mim, vida salvá-la”. Deus não quer o sofrimento de ninguém. Afinal Deus é Deus da vida. E Jesus Cristo disse: “Eu vim para que todos tenham vida e vida em abundância” (Jo 10,10). A renúncia não é um “estoicismo que busca o sofrimento pelo prazer de sofrer”, mas a renúncia é seguir os valores do evangelho, a ética de vida, a fidelidade dos compromissos assumidos, a partilha com os irmãos, a fraternidade entre as pessoas, a vida nova em Cristo, a alegria do serviço.

São João Paulo II aos jovens na XV Jornada da Juventude: “Na realidade, é Jesus quem buscais quando sonhais a felicidade; é Ele quem vos espera, quando nada do que encontrais vos satisfaz; Ele é a beleza que tanto vos atrai; é Ele quem vos provoca com aquela sede de radicalidade que não vos deixa ceder a compromissos; é Ele quem vos impele a depor as máscaras que tornam a vida falsa; é Ele quem vos lê no coração as decisões mais verdadeiras que outros quereriam sufocar. É Jesus quem suscita em vós o desejo de fazer da vossa vida algo de grande, a vontade de seguir um ideal, a recusa de vos deixardes submergir pela mediocridade, a coragem de vos empenhardes, com humildade e perseverança, no aperfeiçoamento de vós próprios e da sociedade, tornando-a mais humana e fraterna”.

São Paulo aos Gálatas (3,26-29) resume o novo modo de viver de quem segue Jesus: “Todos vós fostes batizados em Cristo e vos revestistes de Cristo…, pois todos vós sois um em Cristo Jesus. Se Sois de Cristo, sois herdeiros da vida eterna”. Aí reside a beleza da fé católica. Somos de Cristo e por isso temos uma missão. Não caminhamos desiludidos e sem sentido, mas na certeza de que Cristo está conosco e vai a nossa frente. O Papa Francisco ensina: “A primeira verdade da Igreja é o amor de Cristo. E, deste amor que vai até ao perdão e ao dom de si mesmo, a Igreja faz-se serva e mediadora junto dos homens. Por isso, onde a Igreja estiver presente, aí deve ser evidente a misericórdia do Pai. Nas nossas paróquias, nas comunidades, nas associações e nos movimentos, em suma, onde houver cristãos, qualquer pessoa deve poder encontrar um oásis de misericórdia”. Quem descobre o tesouro que é Jesus Cristo, descobre sentido para a sua vida, sua família, o trabalho, a dor, a renúncia, a doação em prol dos irmãos, o cuidado com os idosos, o amor aos pobres e o respeito com as pessoas. Tem na sociedade uma atitude ética e solidária. Isto é ser cristão, isto é ser católico. É bonito perceber jovens, adultos, casais, famílias, crianças, comunidades que expressam no seu rosto a alegria de ser cristão e de servir à comunidade.

Continua o Papa Francisco “O Evangelho de hoje interpela também cada um de nós. Como vai a tua fé? Cada um dê a resposta no próprio coração. Como vai a tua fé? Como o Senhor encontra os nossos corações? Um coração firme como a pedra ou um coração de areia, isso é, duvidoso, desconfiado, incrédulo? Fará bem a nós hoje pensar nisto. Se o Senhor encontra no nosso coração uma fé, não digo perfeita, mas sincera, genuína, então Ele vê também em nós pedras vivas com as quais construir a sua comunidade” (Angelus  24.08.1014.

Rezemos pela Igreja: Senhor, nosso Deus, dai-nos por toda a vida a graça de vos amar e temer, pois nunca cessais de conduzir os que firmais no vosso amor. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Que o Sagrado Coração de Jesus, patrono da Diocese, derrame abundantes graças e bênçãos sobre cada um de nós. Saúde aos doentes, alegria aos tristes, esperança aos desanimados.

 

Dom Juventino Kestering

Diocese de Rondonópolis-Guiratinga