VI Domingo Pascal

O AMOR E A PAZ

 

Estamos no VI domingo do tempo da Páscoa. O ambiente celebrativo cor dos paramentos é branco, sinal da presença do ressuscitado no meio de nós.

A Palavra de Deus (Jo 14, 23-29) revela duas atitudes fundamentais para a vida dos seguidores de Jesus Cristo como luz para a humanidade: O amor e a paz. Disse-lhe Jesus: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra e meu Pai o amará, e nós viremos a ele e nele faremos nossa morada. Aquele que não me ama não guarda as minhas palavras. A palavra que tendes ouvido não é minha, mas sim do Pai que me enviou”. Jesus afirma que “amar” envolve “guardar a Palavra”. Guardar a Palavra é vivenciá-la no dia a dia, transformá-la em gestos concretos de honestidade, de fé, de perdão, de justiça, de solidariedade e de partilha.  Mesmo na relação humana, no casamento, na vida familiar “o amor precisa ser guardado, cuidado, protegido, cultivado”. Não é suficiente dizer “eu te amo”. É preciso transformar este amor em gestos, em fidelidade, em compromisso, em partilha, em comunhão de vida, em perdão, em acolhimento, em renúncia, em diálogo, em respeito, pois o amor encanta a vida, alegra no coração e perfuma todo nosso ser.

O amor sinaliza para a paz. “Eu deixo para vocês a paz, eu lhes dou a minha paz. A paz que eu dou para vocês não é a paz que o mundo dá”. A paz é mais do que ausência de guerra ou a calma interior, a satisfação das necessidades e do bem estar. A paz é fruto da justiça, da ética, do respeito ao bem público e da dignidade da pessoa humana, da promoção. Não se conquista a paz com guerra, destruição, ódio, vingança, armas, discórdias. Esse não é este o caminho indicado por Jesus. O cristão tem à sua frente uma luz que brilha e ilumina: Jesus. Ele diz: “Não fiquem perturbados, nem tenham medo”. O coração humano foi criado para a vida, para a alegria, a esperança.

Atos dos Apóstolos (15, 1-29) relata a experiência da Igreja que se irradiava através da pregação dos Apóstolos, sob a ação do Espírito Santo. Os apóstolos entediam e ensinavam que deixar as antigas tradições e assumir a vida nova em Jesus Cristo é conquistar a verdadeira liberdade; “Porque decidimos, o Espirito Santo e nós, não vos impor nenhum fardo além das coisas indispensáveis”.  Essa expressão é importante para os dias de hoje. No mundo atual é preciso tolerância. Ser cristão, viver a fé e a coerência do Evangelho é compromissos, mas não um fardo. Quem vive a fé encontra alegria e razões para viver.

O papa Francisco inicia a sua Exortação apostólica ensinando: “A Alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus. Quantos se deixam salvar por Ele são libertados do pecado, da tristeza, do vazio interior, do isolamento. Com Jesus Cristo, renasce sem cessar a alegria”. A alegria é característica do cristão. Alegria que brota da certeza de que somos amados por Deus pois Nele a vida adquire significado.

O livro do Apocalipse (21,10-23) apresenta três palavras básicas: “Brilhando com a glória de Deus”. O cristão irradia em sua vida um brilho, uma luz que brota de Jesus Cristo. Brilho que se transforma em ações e atitudes concretas. “Havia três portas do lado do oriente…”. Quando aparece a palavra “porta” é convite para abrir. No dia de Pentecostes os apóstolos ao receberem o Espirito Santo, abriram as portas. Essa é a missão: ajudar as pessoas a abrirem as portas para que possam conhecer Jesus Cristo e amar os irmãos. Abrir as portas é dar novas oportunidades a quem erra; aquém se afundou na tristeza e na dor. Sempre há uma porta a abrir. Sempre há uma luz de esperança. E a terceira palavra, “pois o seu templo é o próprio Senhor, o Deus todo poderoso e o Cordeiro”. Com a morte e ressurreição de Jesus Cristo, o cordeiro imolado, fomos resgatados e redimidos. No batismo nos tornamos “templos vivos de Deus”, morada do Espirito Santo.

Rezemos com a Igreja: · Deus todo-poderoso, dai-nos celebrar com fervor estes dias de júbilo em honra do Cristo ressuscitado, para que nossa vida corresponda sempre aos mistérios que recordamos. Por nosso Senhor Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Que o Sagrado Coração de Jesus, patrono da Diocese, derrame abundantes graças e bênçãos sobre cada um de nós. Saúde aos doentes, alegria aos tristes, esperança aos desanimados.

 

Dom Juventino Kestering

Diocese de Rondonópolis-Guiratinga