SER MISERICORDIOSO

Estamos no 7º domingo do Tempo Comum. Cor verde indica alegria, vida, esperança. O núcleo central deste domingo gira em torno da Misericórdia (Lucas 6, 27-38) “A vós que me escutais, eu digo: Amai os vossos inimigos e fazei o bem aos que vos odeiam, bendizei os que vos amaldiçoam, e rezai por aqueles que vos caluniam. Se alguém te der uma bofetada numa face, oferece também a outra. Se alguém te tomar o manto, deixa-o levar também a túnica. Dá a quem te pedir e, se alguém tirar o que é teu, não peças que o devolva. O que vós desejais que os outros vos façam, fazei-o também vós a eles. Se amais somente aqueles que vos amam, que recompensa tereis? Até os pecadores amam aqueles que os amam”.

Segundo o Papa são quatro atitudes necessárias que moldam a vida de seus seguidores: “Amar seus inimigos, fazer o bem àqueles que vos odeiam, abençoar aqueles que vos amaldiçoam, rezar por aqueles que vos tratam mal”.  E ainda continua o Papa: “Este é o estilo cristão, este é o modo de vida cristão”. O cristão recebeu o Batismo então tem forças para bem viver a vida cristã. “Falar mal dos inimigos ou daqueles que pensam  de forma diferente, ou tem posturas diferentes não devem nos afastar, pois “Somente os misericordiosos se assemelham a Deus Pai”. “Seja misericordioso, como vosso Pai é misericordioso”. Este é o caminho, o caminho que vai contra o espírito do mundo, que pensa o contrário, que não acusa os outros”. Quando o cristão “entra nesta lógica de acusar, amaldiçoar, procurar fazer mal ao outro torna-se um destruidor, “Quem conhece a palavra ‘misericórdia’, vai ao encontro do outro, acolhe o diferente, escuta as pessoa

O Catecismo da Igreja Católica (nº 1847 a 1874 ensina sobre a MISERICÓRDIA. Insiste na a da misericórdia de Deus, pois “Deus nos criou sem nós, mas não quis salvar-nos sem nós.” Acolher sua misericórdia exige de nossa parte a confissão de nossas faltas. “Se dissermos: ‘Não temos pecado’, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos nossos pecados, Ele, que é fiel e justo, perdoará nossos pecados e nos purificará de toda injustiça” (1Jo 1,8-9).

Jesus Cristo quer misericórdia “O único sacrifício perfeito é Cristo que se ofereceu na cruz, em total oblação ao amor do Pai e para nossa salvação. Unindo-nos a seu sacrifício, podemos fazer de nossa vida um sacrifício a Deus”. Por isso Igreja concede, implora e manifesta a misericórdia de Deus ao homem. Apesar do pecado a misericórdia de Deus é maior do que o pecado. O anjo anuncia a José: “Tu chamarás com o nome de Jesus, pois ele salvará seu povo de seus pecados” (Mt 1,21). M.35.6 Justificação sinal maior da misericórdia de Deus identificada como ternura e de compaixão. “Jahweh, Deus de ternura e de compaixão, lento para a cólera e rico em amor e fidelidade” (Ex 34,6). Por isso Deus se “compadeces de todos, porque tudo podes” (Sb 11,23)

É importante para o cristão conhecer as obras de misericórdia: Obras de misericórdia corporais: Dar de comer a que tem fome; Dar de beber a quem tem sede; Dar pousada aos peregrinos; Vestir os nus; Visitar os enfermos; Visitar os presos; Enterrar os mortos;

Obras de misericórdia espirituais: Ensinar os ignorantes; Dar bom conselho; Corrigir os que erram; Perdoar as injúrias; Consolar os tristes; Sofrer com paciência as fraquezas do nosso próximo; Rezar a Deus por vivos e defuntos.

Papa Francisco ensina: “a misericórdia é o caminho para o coração de Deus. Entender a misericórdia do Senhor é um mistério; mas o maior mistério, o mais belo, é o coração de Deus”. Papa Francisco tem frases significativas sobre o valor e a importância da misericórdia: “Misericórdia, é o palpitar do coração de Deus”. “O perdão é uma força que ressuscita para uma vida nova e infunde a valentia para olhar o futuro com esperança”. “O sofrimento do outro constitui um apelo à conversão, porque a necessidade do irmão recorda-me a fragilidade da minha vida, a minha dependência de Deus e dos irmãos”. “Quanto desejo que as nossas paróquias e as nossas comunidades, cheguem a ser ilhas de misericórdia no meio do mar da indiferença”.  “A misericórdia é o primeiro atributo de Deus. É o nome de Deus. Não existem situações das quais não podemos sair, não estamos condenados a enfrentar areias movediças”. “Ter um coração misericordioso não significa ter um coração débil. Quem deseja ser misericordioso necessita de um coração forte, firme, fechado ao tentador, mas aberto a Deus”. 

Rezemos com a Igreja: Concedei, ó Deus todo-poderoso, que, procurando conhecer sempre o que é reto, realizemos vossa vontade em nossas palavras e ações. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Que o Sagrado Coração de Jesus, patrono da Diocese, derrame abundantes graças e bênçãos sobre cada um de nós. Saúde aos doentes, alegria aos tristes, esperança aos desanimados.

 

Dom Juventino Kestering
Bispo da diocese de Rondonópolis-Guiratinga