DIA MUNDIAL DAS SANTAS MISSÕES

Estamos no 29º domingo do tempo comum. A cor litúrgica é verde. Dia 21 de outubro de 2018 é dia Mundial das Missões. “Vai, vai, missionário do Senhor, Vai trabalhar na messe com ardor. Cristo também chegou para anunciar: Não tenhas medo de evangelizar”. “A Igreja nasce da missão e existe para a missão. Existe para os outros e precisa ir a todos. A própria comunidade cristã precisa ser ela mesma, anúncio, pois o mensageiro é também Mensagem” (Diretrizes Pastorais, 76).

Neste ano de 2018 a Igreja Católica escolheu para o mês missionário o tema: “Enviados para testemunhar o Evangelho da paz” e o lema: “Vós sois todos irmãos” (Mt 28,8)          Missão é envio. Não somos nós que nos enviamos, mas é Jesus que envia. Envio para o serviço, para testemunhar o Evangelho da paz. Testemunhar e servir são palavras que identificam a missão. Não existe missão se não houver testemunho, anuncio, diálogo e serviço, porque serviço dá sentido à missão. O serviço é um apelo ao ser missionário. A missão no trabalho do servir aqui e também em todas as partes do mundo. A promoção do mês missionário insiste que a solidariedade missionária motive os cristãos, os batizados e as igrejas particulares, a pensar no trabalho missionário em todas as partes do mundo. “É de fato uma Igreja em saída, como diz o papa, que não olha só para si, mas vai além de si”.

Jesus Cristo antes de subir aos céus deixa esta ordem: “Ide por todo mundo e anunciai o Evangelho a todos os povos, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi. Eis que estarei convosco todos os dias até os fins dos tempos” (Mt 28, 16-20).

Durante séculos a palavra “missão” se dirigia aos religiosos e religiosas que saíam de seu país e iam a terras distantes para anunciar o Evangelho. Após o Concílio Vaticano II, a Igreja passou por novo entendimento de missão: Todo batizado, ou seja, cada um de nós tem dentro de si, pelo batismo, a vocação de ser missionário. Ser cristão é ser missionário. A Igreja necessita de missões, de anúncio do Evangelho à aqueles que não conhecem Jesus Cristo e não são batizados, à aqueles que são batizados mas não vivem a fé e nem estão inseridos na comunidade e evangelizar a multidão de cristãos que necessitam de uma visita, de um anúncio do evangelho, presença, de escuta, de um convite, de conversão e de retomada de sua vida como cristãos. “Homens e mulheres de nosso tempo apreciam, principalmente o testemunho. Mas isto não dispensa a comunidade – como não dispensa cada cristão – de prestar o serviço da proclamação do anúncio explicito de Jesus Cristo, oferecendo às pessoas, comunidades e a todo gênero humano a pregação do Evangelho” (Diretrizes 77).

Nesta mesma linha, a Palavra de Deus deste domingo (Mc 10,35-45) alerta para viver a dimensão missionária em nossa vida é preciso cultivar no coração, nas atividades, no modo de ser e agir uma atitude de serviço. Jesus diz: “Vós sabeis que os chefes das nações as oprimem e os grandes as tiranizam. Mas entre Vós não deve ser assim: quem quiser ser grande, seja vosso servidor e quem quer ser o principal, seja o servidor de todos”.

O modo de ser do cristão missionário é um jeito novo, que brota da mensagem do Evangelho. Atitude de serviço, de gratuidade e de doação. O Evangelho é contrário à imposição, ao domínio e à opressão. O que comove as pessoas e as transforma em seguidoras de Jesus Cristo são as atitudes do evangelizador, do missionário acolhedor e incentivador. É presença amiga; que sabe se condoer com a dor e tristeza, mas alegrar-se com o jeito cultural de ser das pessoas. Cada uma tem sensibilidade humana e afetiva e isto requer do evangelizador atitudes de proximidade, de confiança e mensagem para transmitir. Jesus ainda continua: “Porque o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida, com resgate de muitos”. A vida de Jesus foi um serviço continuo. De um lugar para outro, caminhava, animava, curava, acolhia. As multidões se aproximavam para ouvi-lo. Por amor e nosso resgate, doou sua vida através da morte de cruz, para que todo aquele que nele crer tenha vida e seja salvo.

Precisamos ser uma Igreja próxima, sobretudo dos caídos e excluídos ao longo do caminho, pois “Tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me hospedastes … “Então, perguntarão os justos: Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer?  O Rei dirá: “sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos, foi a mim que o fizestes” (Mt 25,35-40). Tornar-se indiferente com os pobres e caídos ao longo do aminho é também ser indiferente com o próprio Deus. Hoje são muitos os cristãos perseguidos e mortos por causa do Evangelho de Jesus Cristo. Eis o apelo do mês missionário: Enviados para testemunhar o Evangelho da Paz”.

Neste final de semana, nas comunidades onde os cristãos católicos se reúnem, são convidados a partilhar a coleta em prol das Missões. É um recurso de a igreja para beneficiar projetos de missão especialmente na região da Amazônia, na África e na Ásia. A generosidade de cada cristão reflete nas condições para manter a missão da Igreja.

Oração do Mês Missionário 2018: Deus Pai, Filho e Espírito Santo, nós Vos louvamos e bendizemos pela Vossa comunhão, princípio e fonte da missão. Ajudai-nos, à luz do Evangelho da paz, testemunhar com esperança, um mundo de justiça e diálogo,

de honestidade e verdade, sem ódio e sem violência. Ajudai-nos a sermos todos irmãos e irmãs, seguindo Jesus Cristo rumo ao Reino definitivo. Amém.

Que o Sagrado Coração de Jesus, patrono da Diocese, derrame abundantes graças e bênçãos sobre cada um de nós. Saúde aos doentes, alegria aos tristes, esperança aos desanimados.

Dom Juventino Kestering

Bispo diocesano